RIO GREVE DO NORTE

Sérgio Henrique Santos saúda o RN com uma matéria, no Diário de Natal deste domingo, que repercute os impactos das greves no Rio Grande do Norte: nos 317 dias que já transcorreram esse ano, houve greve em pelo menos 244 dias.

Em 2011, conclui o levantamento do jornal, só não houve alguma paralisação em 73 dias. É mole?

A onde de greve que solapou esse primeiro ano da administração da governadora Rosalba Ciarlini começou em fevereiro, após o não cumprimento dos planos de cargos acordados no apagar das luzes do governo Wilma de Faria, em março do ano passado.

“A primeira categoria a cruzar os braços foi a dos peritos e técnicos do Instituto Técnico e Científico de Polícia (ITEP), no dia 8. No dia 14, os professores do município de Natal também paralisaram as atividades. As duas greves só findaram em 22 de março”, narra o repórter.

Embora a maior onda de movimentos paredistas tenha se concentrado na esfera estadual, o RN sofreu com paralisações federais (UFRN, IFRN, Judiciário). Abaixo, a reprodução da retranca “Prejuízos”: 
Não há greve sem colégios particulares, em shopping centers, em hotéis, clubes de futebol, bares e casas noturnas. Raramente a iniciativa privada assiste às greves, pois seus funcionários correm o risco de perder o emprego.

Já no setor público a realidade é outra. Raro é o ano letivo em que não há greve nas escolas da rede pública de ensino, e ainda entre os servidores da saúde, educação, limpeza pública e bancos. Ainda assim, a greve no serviço público faz sentido.

Como a população paga os impostos cujo valor desemboca no contracheque dos funcionários públicos, o povo é o patrão, e é o povo quem deve ser prejudicado.

Essa lógica é observada pelo cientista político e professor da UFRN Edmilson Lopes como um prejuízo. “Algumas vezes as greves expressam reivindicações corporativistas e que se chocam com os interesses da população. É o caso de algumas greves do serviço público, que prejudicam serviços essenciais. Embora sejam legítimas, elas causam extremo prejuízo para a população”, avalia.

“Nesse ponto, é importante observar: a greve é a forma de luta ideal para a conquista dos objetivos, ou não haveria outra forma?”, questiona. “Quem termina pagando o custo é a população mais pobre, que utiliza os serviços públicos paralisados”.

No caso das greves bancárias, os bancos fechados representam compromissos não realizados pelos clientes do banco. “Os juros de mora por causa das contas em atraso são causados pelos grevistas. São juros que não têm como serem ressarcidos.

Nós costumamos comparar os prejuízos da greve com os prejuízos dos feriados. A cada feriado, assim como a cada dia paralisado com uma greve, o prejuízo médio é de R$ 120 milhões de despesas anuais. Isso por causa de um único dia. Imagine multiplicados à quantidade de paralisações que houve aqui no Estado”, revela o professor Zivanilson Silva.

De acordo com o economista, a greve deveria ser o último instrumento utilizado pelas categorias para buscar um entendimento com o seu patrão – o governo, que é o gestor dos recursos públicos. “Mas muitas vezes ele é o primeiro. Oque observamos é que, antes de chegar à negociação, já se declara greve. A economia do Rio Grande do Norte perdeu muito com a grande quantidade de greve que houve no Estado esse ano”, opina o professor.

fonte: blog do BG

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