TUMOR DE LULA REDUZ 75%


SÃO PAULO - O tumor de cerca de três centímetros detectado em outubro na laringe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofreu uma redução de 75%, relevaram nesta segunda-feira os médicos da equipe do Hospital Sírio-Libanês. Com isso, foi afastada definitivamente a necessidade de cirurgia. A diminuição foi detectada após o ex-presidente ser submetido a uma bateria de exames. Nesta segunda-feira mesmo, Lula iniciou o terceiro e último ciclo de quimioterapia e, entre 7 e 10 de janeiro, deverá começar a radioterapia, segunda etapa do tratamento, que deve durar entre seis e sete semanas.

- Houve, em média, uma redução do tumor de 75%, quer dizer, uma redução expressiva do tamanho do tumor - anunciou o médico particular de Lula, Roberto Kalil Filho.

- A redução era esperada. Agora, o que gente não tinha como saber anteriormente era qual seria a dimensão dessa redução. Foi uma redução extraordinária. E, de uma certa maneira, surpreendeu a equipe médica - declarou o médico Artur Katz.

Era visível, segundo a equipe médica, a melhora da laringe de Lula, que não apresentava "edema importante", mostrava "mobilidade normal de cordas vocais" e uma região "aparentemente muito saudável".

Os resultados levaram os médicos do ex-presidente a descartar qualquer hipótese de cirurgia para a retirada do tumor.

- A cirurgia está totalmente descartada pela redução constante - disse o oncologista Luiz Paulo Kowalski.

Para Katz, "tudo está caminhando muito bem" para a cura do câncer do ex-presidente.

- Cura é um diagnóstico retrospectivo que você faz cinco anos depois de terminado um tratamento, mas, seguramente, este é o caminho que conduz à cura — afirmou, complementando: - No longo prazo, o resultado deve ser extraordinário.

Em janeiro, sessões de radioterapia

Lula chegou por volta das 7h30 ao Sírio-Libanês. Sorridente, usava uma camisa vermelha e estava acompanhado apenas por assessores. Na sequência, o ex-presidente passou por uma tomografia, uma ressonância e uma laringoscopia, além de um PET-Scan, exame sotisficado de imagem, para avaliar os efeitos dos ciclos de quimioterapia. Kalil Filho informou que, durante a manhã, o ex-presidente estava bastante apreensivo.

- Ele é um ser humano, né? Após eu ter dado a notícia para ele, foi um alívio. Tanto para ele quando para a equipe médica.

A partir de janeiro, o ex-presidente começa a radioterapia, uma nova etapa do tratamento, considerada pelo oncologista Paulo Hoff como "extremamente importante" para a cura do câncer.

- A radioterapia é a parte do tratamento que nós consideramos realmente extremamente importante, porque é a parte curativa. Alguém perguntou se caminhamos para a cura. (Ela) passa por uma radioterapia eficiente - disse.

Essa nova fase do tratamento, que começa entre 8 e 10 de janeiro, será ambulatorial e exigirá que Lula compareça ao hospital todos os dias durante a radioterapia. No começo, o tratamento poderá trazer de volta a rouquidão, já que é comum nesses casos haver inflamação das cordas vocais.

A equipe diz acreditar, ainda, que Lula poderá retomar suas atividades normais a partir de março.



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