CARIOCA ESCREVE SOBRE A APAC DE MACAU - ASSOCIAÇÃO ONDE SE ENCONTRA INTERNADO O FILHO DE ZÉ DINIZ E ODETE.
Dona Odete
Des. Saraiva sobrinho
“UM HOMEM É SEMPRE MAIOR QUE SEU ERRO”
Na
cidade de Macau, neste estado, funciona a primeira e única unidade da
Associação de Proteção e Assistência ao Apenado –APAC – do Nordeste. Minas
Gerais é o estado pioneiro na iniciativa da metodologia que registra quase 90%
de ressocialização, onde o próprio preso (apenado) é quem gerencia a maioria
dos procedimentos internos e quem também fiscaliza o andamento dos processos
judiciais.
O Dr. Gustavo Marinho, coordenador do programa “Novos Rumos da Execução Penal”, desenvolvido na gestão atual do TJRN, definiu a metodologia como sendo “um processo de humanização. Queremos “matar” o criminoso e “salvar” o homem.
A metodologia utilizada na APAC leva em consideração a valorização do ser humano, o trabalho, a Educação, o voluntariado, o respeito, a religiosidade e, principalmente, a aproximação do preso com a família.
Na APAC, o preso reeducando está permanentemente ocupado – estudando, trabalhando, participando de cursos de capacitação profissional, produzindo artesanato, participando dos afazeres da instituição, assistindo palestras. A instituição também disponibiliza, por meio de parcerias, assistência médica, psicológica, odontológica e jurídica.
É lá, na APAC de Macau, que se encontra o nosso amigo Álvaro, filho de Zé Diniz e Odete, onde cumpre pena no regime semi-aberto.
Recentemente
o site do Tribunal de Justiça (www.tjrn.jus.br)
publicou, em 11.06.12, imagens da solenidade de Conclusão do Curso de
Voluntários da APAC, quando o Desembargador Saraiva Sobrinho, nosso
conterrâneo, foi surpreendido com o testemunho de Odete de Zé Diniz. Abaixo
reproduzo parte da matéria:
“TESTEMUNHO - Ao final, o desembargador Saraiva Sobrinho foi surpreendido
pelo depoimento de uma senhora – dona Odete – mãe de um ex-interno da APAC,
cuja pena foi concluída e está recuperado, inclusive trabalhando na APAC.
Ela contou que, antes da APAC, o filho passou por várias unidades prisionais – em Natal e no interior. Mesmo sofrendo com a saudade e com o erro praticado pelo filho, ela não tinha coragem de visitá-lo, para não ver as condições desumanas a que era submetido nas prisões.
Dona Odete fez um relato de todo sofrimento que a mãe de um prisioneiro passa. Rezou muito, sempre pedindo a Deus que fosse aberta para o filho uma chance de recuperação, para que pudesse começar de novo, como uma pessoa útil à sociedade e não como um malfeitor.
-
Esta chance – declarou sob forte emoção – chegou com a APAC.”
Já tive oportunidade de,
juntamente com Zé Diniz e Odete, fazer uma visita a Álvaro e participar de uma
solenidade na APAC de Macau quando testemunhei o grandioso trabalho de ressocialização
desenvolvido naquela Associação.
Acompanho o caso desde o primeiro
momento e tenho presenciado os esforços sem limites que Zé Diniz vem fazendo
para amenizar o sofrimento do seu filho. Com quase nada, Zé Diniz e Odete têm feito
tudo para se fazerem presentes. Sem medir distância, semanalmente percorrem
mais de 300 quilômetros para visitarem o filho. Zé Diniz não diz, mas é como se
dissesse: não existe distância, ele é nosso filho. É imperioso reconhecer o
grande pai que Zé Diniz tem sido. A ele e Odete, minha irrestrita solidariedade.
Carioca.
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