JOÃO PAULO REVELA CLIMA DE TRANQUILIDADE NA CORÉIA DO SUL


Na madrugada desta terça-feira, a Coreia do Norte recomendou aos estrangeiros que vivem na vizinha e rival Coreia do Sul que preparem planos de retirada, informou a agência estatal norte-coreana KCNA. A advertência foi feita por um porta-voz do Comitê da Paz da Ásia-Pacífico da Coreia do Norte que assegurou que o regime “não quer ver os estrangeiros da Coreia do Sul afetados em caso de guerra.” A notícia circulou, pela manhã, nos principais portais de notícias do Brasil.
Apesar de o noticiário dar mostras claras de que a proximidade de um confronto bélico entre as Coreias do Norte e do Sul estar próximo de acontecer, as informações vindas de longe das redações e escritórios de embaixadas dão conta que, até o momento, no país, o clima é de tranquilidade e o cenário é o mesmo de anos atrás. Morador de Daejeon, cidade no Centro sul-coreano e com pouco mais de 1,4 milhões de habitantes, o atacante potiguar João Paulo, de 25 anos, concedeu entrevista exclusiva à reportagem do JORNAL DE HOJE e falou sobre o clima na Coreia do Sul.
Na oportunidade, o atacante assegurou que a rotina no país não sofreu qualquer mudança até o momento, mesmo com as notícias que chegam ao território brasileiro afirmarem o contrário. O jogador, que mora no país desde 2011, garante que o clima é de tranquilidade e que as notícias vindas do Brasil são mais alarmantes do que o verdadeiro clima na Coreia.
“Cara, estou com medo não daqui, mas sim do que muitos amigos falam no Brasil. Aqui não tem tensão de nada. Aqui os amigos que tenho que falam português e, moram aqui há muito tempo, não sabem sobre qualquer perigo. O que acontece é que a Coreia do Norte faz treinamentos, como aqui também faz. Mas aqui ninguém se preocupa porque sabe que não vai acontecer nada. Aí tem mais tensão do que aqui”, afirmou o atleta, titular da equipe do Daejeon.
João Paulo, inclusive, tem levado toda a situação com bom humor e conta ter dado um susto na mãe no dia 1º de abril. “Liguei para ela e falei que ninguém estava podendo sair de casa no país e que o bicho estava pegando. Ela quase chora e só não bateu em mim porque não tinha como. Mas depois falei, claro, que era uma brincadeira de 1º de abril”, relata o jogador, se divertindo com a história.
Em tom mais sério, o potiguar acredita que qualquer mudança real na relação entre os dois países se refletiriam na rotina dos moradores, o que segundo ele, não tem acontecido. “Não se vê qualquer movimentação em termos de preparativos para guerra. Acho que se houvesse alguma coisa séria, já teríamos sido avisados ou haveria algum time de treinamento, mas não se vê nada disso aqui. O clima e o mesmo de sempre e acho que não vai acontecer nada. O que vejo é o pessoal de fora que faz tempestade em copo d’água”, concluiu.
Bombardeio em campo
Se no país, o clima é de tranquilidade até o momento. Em campo, o atacante têm tirado a paz e o sono dos adversários. Titular absoluto no ataque da equipe, João Paulo já marcou dois gols e deu uma assistência em cinco jogos disputados e, em pouco tempo, já se tornou ídolo da nova equipe. O atacante está a um gol de Dean, artilheiro do Seul e da Liga Coreana, com três gols.
Na temporada passada, o jogador defendeu o Gwanjou, clube de menor porte, agora, emprestado até o final do ano ao Daejeon, o jogador garante viver seu melhor momento desde que chegou ao continente asiático. “É bem melhor você começa bem fazendo gol, mas o melhor é treinar sabendo que vai jogar e que o treinador vai dar oportunidade. Coisas que não aconteciam no outro time, pois lá eu fazia gol e não jogava nunca como titular. Treinador achava que eu jogava melhor no segundo tempo. Eu era o único artilheiro do mundo que era melhor no banco de reservas”, brinca o jogador. Em 67 partidas pelo time do Gwanjou nas temporadas de 2011 e 2012, o atacante foi titular em apenas 18 jogos e marcou 16 gols.
João Paulo revela que a temporada irregular, com poucas oportunidades como titular na equipe do Gwanjou, por pouco não provocou a antecipação do seu retorno ao Brasil. Segundo ele, a oportunidade de defender outra equipe e ter a chance de crescer no futebol coreano ofereceram uma nova motivação para o atacante fazer o que mais gosta: jogar futebol. “Eu não estava feliz e até pensei em voltar ao Brasil, pois não jogava e nem era cobrado por nada e isso eu não queria. Gosto de ter responsabilidade na equipe e por isso que sai. Aqui [no Daejeon] voltei a jogar com alegria, estou muito feliz e confiante que este ano será um ano de benção pra mim.”
Apesar da boa fase neste início de temporada e não determinar um prazo de validade ao tempo tempo no continente asiático, o jogador revela o sonho de atuar num grande clube da Série A do Campeonato Brasileiro.  “Quero muito jogar uma Série A, é um sonho que tenho, mas aqui e muito bom e tranquilo pra viver e jogar. Quem sabe se vier uma proposta podemos ver, mas agora quero focar aqui e aproveitar a oportunidade que tenho nesta boa equipe que é o Daejeon”, afirma.


Jornal de Hoje

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