HENRIQUE NÃO VIAJA MAIS EM "CÉU DE BRIGADEIRO"

Sem querer ser redundante, mas o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), não viaja mais em “céu de brigadeiro”. Nesta semana dois episódios me levam a pensar assim. Primeiro o voo em avião da FAB sem está a serviço da Câmara, onde levou consigo ao Rio de Janeiro sete pessoas para assistir ao jogo final da Copa das Confederações entre Brasil e Espanha. Detalhe: o voo partiu de Natal na sexta–feira à noite e só retornou no domingo à noite. Tanto a aeronave quanto o seu piloto ficaram à disposição do parlamentar e sua comitiva.
No outro episódio, esse certamente mais delicado ainda, diz respeito ao assalto sofrido pelo seu assessor parlamentar Wellington Ferreira da Costa, no último dia 13, quando lhe foram roubados R$ 100 mil. O caso foi revelado na edição de ontem do Correio Braziliense. Além da origem da quantia, o modo de atuação dos assaltantes também é alvo da apuração. Isso porque, normalmente, os assaltos conhecidos como saidinhas de banco ocorrem no mesmo dia do saque. Nesse caso, porém, a polícia acredita que os criminosos sabiam sobre a rotina de Wellington, assim como os valores transportados.
Detalhe: Wellington deveria ter prestado novo depoimento à DRF ontem, mas não compareceu à unidade policial para esclarecer a origem dos recursos. Aí está o problema que Henrique Alves poderá enfrentar. Exatamente a origem dos R$ 100 mil que estava em poder de seu assessor. Wellington trabalha no Anexo 4 da Câmara dos Deputados e é considerado homem de confiança de Henrique Alves há mais de 20 anos.
Quando assumiu a presidência da Câmara, Henrique passou a vivenciar um momento ímpar na sua carreira política. Terceiro na linha sucessória presidencial, em caso de viagem longa da presidenta Dilma Ruosseff e do vice-presidente Michel Temer, o parlamentar potiguar, ninguém pode negar isso, tem atuado muito junto ao governo federal para trazer empreendimentos para o Rio Grande do Norte, sendo, inclusive, cogitado para disputar o governo do estado nas eleições do próximo ano.
Aliás, sobre isso, costumava dizer que o “cavalo estava selado” para Henrique Alves e que, portanto, o presidente da Câmara voava em “céu de brigadeiro”. Contudo, os recentes episódios me levam a dizer que a fatura será cobrada lá na frente pelo eleitor. As ruas não admitem mais escorregadias dos políticos. E Henrique sabe que vacilou no episódio do voo da FAB. Quanto aos R$ 100 mil levados do seu assessor parlamentar em assalto em Brasília, resta esperar o que ele – Wellington Ferreira - irá dizer a polícia sobre a origem dos recursos. A conferir!

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