COLUNA DO JORNALISTA DE TÚLIO LEMOS DO JORNAL DE HOJE

A principal justificativa que será utilizada pelo senador José Agripino na reunião da Executiva do DEM, na próxima segunda-feira, é a inelegibilidade da governadora Rosalba Ciarlini. O argumento do pai de Felipe é consistente. Afinal, como insistir em uma candidatura majoritária sem o devido amparo legal?
EXEMPLO
O exemplo de Cláudia Regina é o que melhor representa a insistência de Rosalba. A ex-prefeita de Mossoró estava inelegível por decisão da Justiça Eleitoral. Insistiu na candidatura; teve registro negado; insistiu em segunda instância e perdeu. Não foi candidata, mas terminou acusada de ludibriar o eleitorado.
REALIDADE
O que Rosalba Ciarlini quer? A chance de tentar ser candidata. Legítimo de sua parte. O problema é que há outros personagens que dependem do sucesso de uma candidatura majoritária. Nesse caso, a governadora anuncia a candidatura e tenta levar o partido e seus aliados à luta. A questão é que a candidatura legalmente não está amparada para ir adiante. Resultado: Fragilidade política que provoca dúvidas e incertezas no eleitorado.
RESPONSABILIDADE
José Agripino atua nesse caso com a responsabilidade de ser presidente do partido no RN e no Brasil. Ninguém imagine que está sendo fácil para o pai de Felipe decidir pela negativa da legenda para sua aliada de quase 50 anos. Apesar do conhecido estilo frio, o marido de Dona Anita certamente sofre diante de uma decisão inimaginável dentro de seu partido. Não é somente uma decisão política; há um componente emocional.
CABO ELEITORAL
Quem conhece o perfil do senador José Agripino, sabe que deixar Rosalba para se aliar a Henrique e Wilma, tem sido árduo e até constrangedor. Afinal, ele termina saindo da condição de líder, para virar cabo eleitoral de Henrique e de Wilma, justamente os dois que ele combateu no último pleito no RN em defesa de Rosalba. A vaidade cedeu lugar à razão.
MOTIVOS
Motivos não faltam para mostrar a inviabilidade da candidatura de Rosalba. O estilo centralizador do casal governador afastou praticamente todos os aliados. Nesse caso, falta-lhe respaldo político de partidos que passariam a integrar uma eventual coligação. O isolamento político reduz as chances eleitorais.
REJEIÇÃO
O isolamento político do casal governador terminou contribuindo para o insucesso do Governo, que tem como conseqüência outro motivo que justifica a negativa do DEM para a nova candidatura de Rosalba: A forte reprovação popular ao Governo e uma rejeição grande no aspecto eleitoral.
JURÍDICO
Além dos dois motivos que justificariam a não tentativa de Rosalba concorrer, há também outro motivo mais forte que é sua dificuldade jurídica. Condenada pela Justiça, inelegível pela Justiça Eleitoral; respondendo a processo de impeachment e a um pedido de intervenção federal. Ou seja; pelo conjunto da obra, Rosalba não pode levar seu partido ao afogamento coletivo por pura vaidade.
RACHA
A reunião do DEM, marcada para segunda-feira, deverá fraturar, de forma irreversível, a relação de Agripino com Rosalba e Carlos Augusto. Correligionários dos dois lados estão se municiando de argumentos, acusações e discursos fortes. Há possibilidade de rebaixamento do nível, diante do emocional e do financeiro envolvidos.
COERÊNCIA
A operação comandada pelo senador José Agripino é de salvamento dos mandatos de um partido que definha, apesar de ocupar o Governo do Estado, contrariando a tradição de que o maior e mais partido do RN é o do Governo. Não está em jogo a coerência. Quando há necessidade de salvamento de um mandato, a primeira que morre é a coerência. Para Agripino, a candidatura de Rosalba representa um abraço de afogados, em que todos morreriam sem salvação. A Rosa terminar o mandato e o DEM se coligar com o PMDB, seria um mal menor e necessário diante das circunstâncias.
ANÚNCIO
O anúncio do consórcio Infra América, que administra o Aeroporto Aluízio Alves, além de ter desprezado o nome do local, que presta homenagem a um dos maiores políticos do RN, diz que o aeroporto é “de Natal”, configurando uma enorme mentira geográfica. A peça publicitária também muda o nome do nosso tradicional Teatro Alberto Maranhão. Chamaram de Albério Maranhão.
VIOLÊNCIA
A turma que avalia os negativos e crescentes índices da violência em nosso Estado, não pode esquecer que há uma limitação de tempo que nos revela a responsabilidade administrativa da insegurança no RN: Wilma de Faria e Rosalba Ciarlini. As duas governaram o Estado durante o período em que o número de homicídios aumentou mais do que em São Paulo.
PROMESSA
Sherloquinho afirma que o deputado Fábio Dantas teria recebido uma oferta tentadora para apoiar a candidatura do deputado Henrique Alves: Ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. O filho de Arlindo sempre sonhou com esse cargo vitalício. Será que a vaga futura no TCE está sendo usada como moeda eleitoral para atrair o apoio do PC do B?

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