COLUNA DO JORNALISTA TÚLIO LEMOS DO JORNAL DE HOJE

Mesmo com o fim da Copa do Mundo, a campanha eleitoral no RN ainda não ganhou as ruas. Na capital, geralmente demora mais um pouco, começando com caminhadas nos centros comerciais; no interior, os comícios e caminhadas ainda aguardam a formação dos palanques.

COQUEIRO

O senador José Agripino disse na convenção de Henrique, que iria até subir em coqueiro para conseguir um voto para Henrique e Wilma. O primeiro côco que o pai de Felipe contabiliza na presente campanha é o ex-deputado José Adécio, que já foi intrigado com a família Alves por conta das brigas de Pedro Avelino, mas acatou a pressão de Agripino e anunciou apoio ao acordão.

ACORDÃO

Pesquisas internas das duas principais coligações, apontam rejeição ao ‘acordão’ e revelam que o eleitor, inclusive o do interior, assimila como negativa a formação do superpalanque, com 7 ex-governadores e vários ex-adversários. A questão não é a união, natural e legítima de qualquer processo eleitoral. O problema é a motivação para a união.

MOTIVOS

A motivação pessoal para a união entre ex-adversários, não é bem vista pelo eleitorado. O senador José Agripino, por exemplo, é o caso mais explícito de interesse familiar. Ele traiu o próprio partido, negou a legenda para sua única governadora ser candidata por causa da salvação do mandato do filho Felipe Maia. Qual o valor que tem um discurso de Agripino em defesa da ‘salvação do RN?”.

DISCURSO

Wilma de Faria saiu do Governo e foi derrotada para o Senado por Agripino e Garibaldi, com o voto de Henrique e João Maia. Estava bem nas pesquisas para voltar ao Executivo, justamente contra Henrique, Garibaldi e Agripino, que estava com Rosalba. Foi cooptada por Henrique, desistiu de sua candidatura e aceitou ser candidata ao Senado ao lado de seus ex-adversários. Qual o peso de credibilidade que tem um discurso de Wilma ao lado desse povo?

VETERANO

Henrique Alves é veterano na política. É o parlamentar que tem mais mandatos no Brasil. Está há 44 anos como parlamentar. Apoiou todos os governadores da história recente do RN. Quando não apoiou na eleição, aderiu ao Governo. Juntou em seu palanque, todos os ex-governadores da história recente do Estado. Seu discurso é de salvar o RN. Qual a credibilidade de um discurso de um palanque velho, que prega inovação?

NOVO

Portanto, além de tentar se livrar da imagem negativa do acordão de conveniências, que mais parece um cartel de partidos políticos, o grupo de Henrique e Wilma precisa encontrar também um novo discurso, que seja assimilado pela população. A força política do acordão é gigantesca; por enquanto, o eleitorado ainda não foi ‘contaminado’ pelo superpalanque. Quando a campanha efetivamente começar, teremos uma noção mais nítida dos efeitos da união no eleitor.

DESAFIO

Para Robinson Faria, o desafio é apresentar um discurso realmente novo, moderno e se desvincular de Rosalba. O apoio do deputado Betinho Rosado, cunhado da Rosa, é importante para ganhar tempo na TV, mas cria um vínculo quase que automático com o desgaste da governadora e reduz a força do discurso.

ESTRATÉGIA

Por falar em Rosalba, Sherloquinho soube que há, por parte da campanha de Henrique, a estratégia de contratar moças para visitação a residências. Elas levariam a informação de que Robinson Faria é o candidato de Rosalba. Em seguida, pesquisadores de um instituto ligado a campanha, passariam para colher a opinião do eleitorado a respeito da eleição e dos candidatos. É a guerra das estratégias começando.

LICENÇA

O prefeito de Lajes, Benes Leocádio, pediu licença da Prefeitura por três meses. Ele é coordenador da campanha de Henrique Alves ao Governo do Estado. Correta a posição do prefeito, que pode se dedicar inteiramente a campanha, sem vinculação direta com a Prefeitura e sem provocar prejuízo para o município, que será administrado pelo vice.

ALTERAÇÃO

A Assembleia promulgou a revisão da Constituição Estadual. São 42 artigos modificados em votações na semana passada. O mais expressivo, com efeito político direto é o que muda critérios para preenchimento de cargos na mesa diretora. Na prática, a mudança proporciona a possibilidade de reeleição do atual presidente, Ricardo Motta, que tem tudo para continuar comandando a Casa.

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