COLUNA DO JORNALISTA TÚLIO LEMOS DO JORNAL DE HOJE

O senador José Agripino vive dois momentos distintos em sua carreira política. Como presidente nacional do DEM, é convidado para ser o coordenador da campanha presidencial de Aécio Neves. Em seu próprio Estado, é coadjuvante do acórdão entre seus adversários e tem postura questionável no palanque que sempre combateu. Sem destaque, precisa usar metáfora de nível duvidoso para poder agradar aos seus atuais candidatos.
DISCURSO
Os políticos estão observando que os discursos já não agradam tanto quanto há duas ou três décadas, em que havia lado definido e coerência partidária; tanto da parte dos políticos, quanto dos eleitores. Os discursos eram fortes e, geralmente, verdadeiros. Hoje tudo mudou.
DISCURSO II
Um dos melhores oradores do RN foi Geraldo Melo, exímio craque da oratória, o tamborete hipnotizou o eleitorado potiguar com seus discursos. Deu certo. O povo acreditou na mudança pregada e o elegeu, contrariando todas as previsões. Depois disso, a prática administrativa terminou desmoralizando seu discurso. Hoje, apesar da inteligência ímpar, seu discurso já não empolga mais nem nos Verdes Canaviais, apesar de Geraldo continuar um grande orador.
MUDANÇA
Atualmente, os políticos perderam a identidade e a verdade dos discursos é raridade. Justamente por isso, os eleitores também não se empolgam tanto. Quem ele viu batendo forte em um determinado adversário na campanha passada, está hoje em seu palanque recebendo elogios. Essa falta de vergonha generalizada que chamam de fim do radicalismo, não passa de um arrumado de conveniências que não contemplam o eleitor.
RADICALISMO
O radicalismo da época de Aluízio Alves, Dinarte Mariz, Tarcísio Maia e outros, não deixava margem a acórdão ou acordinho, arrumadinhos em que um tem medo do outro e sepulta a coerência; um tem nojo do outro, mas precisa dele para compor chapa; um odeia o outro, mas necessita dele para seu palanque. Ou seja: na época do radicalismo, tínhamos políticos de verdade, corajosos e com vergonha na cara.
RADICALISMO II
Precisamos de uma campanha limpa e verdadeira, em que os candidatos tenham coragem de deixar a hipocrisia de lado e desnudar seus adversários, sem baixarias ou invasão de privacidade; mas com coragem de dizer o que o povo já sabe e que eles escondem na desfaçatez do palanque bonito.

RADICALISMO III
Quem não pode ser radical é o eleitor. Este sim, tem que ouvir tudo, ver tudo, avaliar profundamente cada história, cada candidato, desconfiar de tudo e evitar brigar com seu amigo, seu vizinho e até seu parente, por políticos.
ENCENAÇÃO
Com o tal do fim do radicalismo, teremos dois palanques de encenação, produzidos pelos marqueteiros no ilusório mundo das soluções que nunca chegam, em que todos os candidatos apresentam suas bonitas e irretocáveis histórias maravilhosas de vida. E o povo vai continuar sem as verdades sobre os candidatos e as verdadeiras soluções para seus problemas.
PROBLEMAS
A campanha precisa discutir soluções reais e viáveis para a segurança pública, saúde, educação de qualidade, geração de emprego e outras demandas da sociedade. Porém, o eleitor não pode ficar iludido com o mundo mágico criado pelo marketing político, em que os lobos vestem pele de cordeiro e os incompetentes aparecem como salvadores da pátria. Vira tudo uma grande enganação.
ATRASO
A governadora Rosalba Ciarlini chega ao fim de sua desastrada gestão fazendo história. Além de atrasar o pagamento dos servidores, vai também atrasar o tradicional pagamento do adiantamento do 13° salário. Mesmo assim, o Governo mantém a pose e ainda afirma que ‘organizou as finanças do RN’. Cinismo pouco é bobagem.
TRANSFORMAÇÃO
Já não bastava Theodorico Neto ter virado comunista, agora, o neto do Majó, considerado um dos mais tradicionais coronéis da política do RN, é o segundo suplente da petista Fátima Bezerra.
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