COLUNA DO JORNALISTA TÚLIO LEMOS DO JORNAL DE HOJE

O candidato do PSOL a governador, professor Robério Paulino, está indignado com as pesquisas de opinião, feitas por alguns institutos locais. Diante do que considera disparidade nos números, Robério vai procurar o Ministério Público Eleitoral para denunciar favorecimentos.
ERROS
A questão das pesquisas sempre é debatida em períodos eleitorais. Há institutos que vendem resultados manipulados com objetivo claro de uso na campanha para influenciar o eleitor. Com o registro na Justiça Eleitoral, aparentemente o resultado é verdadeiro. Só aparentemente, pois a Justiça Eleitoral não tem nenhum compromisso com o resultado, apenas com a parte formal do material enviado.
LEMBRANÇA
Para não ir muito longe na lembrança, basta rememorar o pleito de 2012, em que o deputado Fernando Mineiro, do PT, foi ‘presenteado’ com percentuais inexpressivos, apontando a total impossibilidade de passar ao segundo turno para disputar contra Carlos Eduardo.
PREJUÍZO
O PT acusa o instituto Consult de ter prejudicado a candidatura de Mineiro na reta final da campanha em 2012. Na verdade, a pesquisa Consult divulgada pouco antes da eleição, deixou Hermano Morais com 20% e Mineiro com apenas 9%. Abertas as urnas, Hermano obteve 23,01% e Mineiro obteve 22,63%, uma diferença de apenas 0,38%, que foi traduzida em apenas 1.465 votos.
DIFERANÇA
Até hoje, o PT atribui a Consult, o fato de Mineiro não ter ido ao segundo turno. Por menos de 1500 votos, o candidato do PT ficou de fora da disputa. O voto útil de oposição, dado contra Carlos Eduardo, não foi dirigido a Mineiro porque o candidato do PT não apresentava condições reais de ir ao segundo turno. Ou seja: O prejuízo foi irreparável e o PT considera que foi por causa da pesquisa da Consult, que não teria errado de forma involuntária.
TAPETÃO
Político chama Justiça de Justiça quando a Justiça é feita contra seu adversário; quando a Justiça pode ser feita contra ele, aí Justiça deixa de ser Justiça e vira ‘tapetão’. Todos são assim. Wilma é mais um pouco. Tem suas razões, pois é freguesa dos tribunais.
DESGASTE
A deputada Fátima Bezerra, além de ter um discurso frágil, na defensiva e receber o apoio do povo do DEM, pode ser prejudicada eleitoralmente com o desgaste que consome a candidatura da presidente Dilma Rousseff. Enquanto o PT esteve em alta, os petistas candidatos lucravam com a situação; em baixa e com desgaste, a irmã de Tetê pode ser contaminada também por Brasília.
UNIÃO
Muito se fala em relação a união da classe política em defesa dos interesses do Estado. Balela. Em geral, político só se une para defender seus interesses; a união é em torno de suas conveniências. E, geralmente, quem perde é a população.
VERDADE
Quando os políticos estão todos unidos, no mesmo palanque, a população fica sem conhecimento das falcatruas de cada um, das armações, da roubalheira. Quando estão separados, brigando pelos seus interesses, o povo toma conhecimento da sujeira que havia embaixo dos luxuosos tapetes. A maior vítima da união dos políticos é a verdade, que é escondida com veemência e cede lugar de destaque à hipocrisia, para a encenação do grande teatro, em que o eleitor é o alvo das enganações.
PERIGO
O maior medo dos políticos é da língua da ex-mulher; em seguida, vem o ex-amigo; depois, o ex-funcionário. Quando está casado, até depoimento da esposa o político gosta de usar; quando separa e a mulher fica insatisfeita com a ‘divisão’, quem ganha é o povo, que fica sabendo realmente quem é o bandido que se travestia de defensor da população. Assim ocorre também com os demais ex, que passam a falar verdades a respeito da figura.
FAMÍLIA
A ex-deputada federal Luciana Genro é candidata do PSOL a presidente da República. No Rio Grande do Sul, o pai dela, ex-ministro Tarso Genro é o atual governador e candidato a reeleição pelo PT; um dos adversários de Tarso é Roberto Robaina, historiador que foi casado com Luciana Genro e é pai de sua filha. Em compensação, o pai de Luciana, Tarso Genro, não vota nela para presidente; apóia a reeleição de Dilma Rousseff.
FAMÍLIA II
Partidária, Luciana Genro não apóia a candidatura do pai, que é do PT; sobe no palanque do ex-marido, que é do PSOL. Luciana afirmou, na 96 FM, que o pai dela, fundador do PT, “sabe que o PT não é tão certo assim” como querem os petistas. Ela diz que, apesar das diferenças políticas, a relação com o pai petista é muito boa.

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