COLUNA DO JORNALISTA TÚLIO LEMOS (JORNAL DE HOJE)

Após 12 anos, Wilma de Faria tem o retorno a Prefeitura como um prêmio de consolação pelo ano difícil. Nos últimos 12 meses, a vice-prefeita foi citada na Operação Pecado Capital, viu o filho ser condenado na Higia e a Justiça Federal confirmar o superfaturamento na Ponte Newton Navarro, principal obra de sua gestão.
DE VOLTA II
Wilma ainda sofreu quando Carlos Eduardo viajou em abril e quase a deixou inelegível por isso, obrigando-a a “fugir” para Recife. O pior momento, porém, foi a derrota para Fátima Bezerra, do PT, na disputa pelo Senado Federal.
DÚVIDA
Se o cenário fosse outro e Wilma tivesse sido eleita senadora, ela poderia assumir a Prefeitura de Natal hoje? Sem ela, Albert Dickson também tendo sido eleito deputado estadual, ele poderia ficar no cargo? Ou Júlio Protásio, recém condenado na Operação Impacto, assumiria mais uma vez a Prefeitura?
PLANEJAMENTO
Diante do RN Sustentável, que só terá efeito prático no próximo governo, percebe-se agora porque Rosalba Ciarlini, mesmo com 80% de desaprovação, lutou pela possibilidade de ser candidata a reeleição. A governadoria começaria os próximos quatro anos, se milagrosamente ganhasse a disputa, com uma reforma administrativa e uma auditoria na folha. Isso enxugaria os gastos públicos e abriria espaço para mais manobras financeiras.
FALTA DE PLANEJAMENTO
O que não dá para entender, no entanto, é porque isso não foi feito desde o começo. Tudo bem que o RN Sustentável tem toda uma burocracia em volta e tudo mais, mas a reforma administrativa e a auditoria na folha poderiam ser feitas sem a dependência de recursos do Banco Mundial. Não são contratações tão caras assim.
AUDITORIA
Por sinal, em 2013, quando deu entrevista a este interino, o então secretário de Administração, Alber Nóbrega, afirmou que a auditoria na folha do Governo já seria feita rotineiramente, porque o Estado havia comprado um novo software que permitiria a revisão constante do pagamento. Agora, no entanto, viu-se que a revisão não era tão profunda assim. O problema é que só viu isso um ano depois. Ou seja: depois do pagamento de 13 folha salariais com “irregularidade”.
HENRIQUE
Henrique Eduardo Alves pode estar repetindo agora para assumir o ministério o que fez quando o cogitavam para ser candidato ao Governo do RN pelo PMDB. Para quem não lembra, no início do ano, Henrique negava de todo jeito a candidatura, mas acabou “convencido” pelos correligionários do partido.
HENRIQUE II
Agora, a situação é semelhante. O presidente da Câmara Federal nega, descarta, afirma que vai cuidar da família, mas aí a cúpula peemedebista indica seu nome, Dilma aceita e Henrique dificilmente recusará. Tudo para atender ao clamor social (diga-se: dirigentes partidários).

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