ANÁLISE DO JORNALISTA TÚLIO LEMOS COM RELAÇÃO AOS PROTESTOS

Os protestos contra o Governo Dilma Rousseff ocorreram novamente neste domingo em várias partes do país. Exercício de cidadania, em que a insatisfação é exposta, aliada à cobrança do que julga necessário à mudança, independente da motivação, protesto de rua é o alimento da democracia.
REDUÇÃO
Mais uma vez, os protestos não conseguiram alcançar uma marca de público que os organizadores desejavam. Outro ponto visível é ausência clara de ‘povo’, de ‘massa’, de pobre nos protestos. Continua predominando a classe média, a classe médica e quem votou contra Dilma. Isso não diminui a importância dos atos. Qualifica-o; a quantificação reduzida também não desqualifica o protesto, mas revela que a população não estabeleceu os atos como de suma importância, como um compromisso concreto.
POLÍTICOS
A diminuição do público nos protestos, na humilde opinião da coluna, deve-se a um conjunto de fatores: Políticos na linha de frente, pauta fracionada, impeachment como desejo, podem justificar a ausência de um maior número de pessoas interessadas em participar do ato público.
OPOSIÇÃO
O discurso em defesa do impeachment predominou na atração do público aos protestos. Talvez isso tenha sido o peso maior da ausência de maior número. Com o PSDB e DEM na linha de frente com um discurso político-partidário e a possibilidade do país ser entregue ao PMDB, deve ter assustado a parcelas expressivas da população.
CREDIBILIDADE
A oposição atual não inspira a menor credibilidade de efetiva mudança. Há carência significativa de líderes verdadeiros. O que há é um oportunismo explícito de quem perdeu a eleição nas urnas, usando de fatos verdadeiros, como a insatisfação popular, para desestabilizar um Governo legitimado pelo voto. A luta da oposição também é legítima. Cabe ao povo participar ou não desse projeto.

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