NATAL: SUCESSÃO

Passada a Semana Santa, os políticos começam a atuar de forma mais intensa em relação à sucessão do prefeito Carlos Eduardo. Há vários pretensos candidatos, com suas respectivas probabilidades de sucesso e dificuldades eleitorais e políticas.
CARLOS EDUARDO
O prefeito Carlos Eduardo é o favorito a permanecer no cargo. Beneficiado pela boa imagem construída a partir da comparação com o desastre que foi a gestão anterior, da ex-prefeita Micarla de Sousa, o filho de Agnelo faz uma administração sem grandes marcas; mas, no geral, o básico funciona e ele não tem nenhuma denúncia de corrupção contra si, o que deixa a imagem do gestor com credibilidade.
CARLOS EDUARDO II
O prefeito é favorito hoje, mas tudo vai depender de como sua gestão vai entrar o ano da eleição e como será o comportamento dos demais candidatos. Se chegar em 2016 com o mesmo cenário posto atualmente, Carlos Eduardo tem tudo para ser reeleito. O olhar mais apurado do filho de Agnelo tem que ser na rejeição. Quem derrota um candidato em disputa de dois turnos, é a rejeição alta; não a aceitação baixa.
CANDIDATURAS
Atualmente, diversos nomes são postos como futuros pretendentes ao cargo de prefeito da capital potiguar. Fernando Mineiro, Rogério Marinho, Hermano Morais, Kelps Lima, Robério Paulino e Amanda Gurgel. Nem todos permanecerão como candidatos; o afunilamento político-eleitoral produzirá a retirada de alguns nomes da disputa.
MINEIRO
Com a força política que sustenta o Governo Robinson Faria, Mineiro é um nome limpo e preparado, que eleva o nível do debate a respeito dos problemas de Natal. Pesa contra si a rejeição crescente ao Governo Dilma e ao seu partido. Sua candidatura vai depender do sucesso das duas gestões, no RN e no Brasil.
MINEIRO II
Se Dilma se recuperar e Robinson fizer uma boa administração, Mineiro é um fortíssimo candidato, com reais chances de vitória. Se o quadro não mudar, sua candidatura ficará inviabilizada pelo desgaste indireto.
ROGÉRIO MARINHO
O presidente do PSDB é o principal beneficiário do desgaste do PT. O que for ruim para Mineiro, será bom para Rogério. Isso, contando com repercussão nacional com influência local. No quadro puramente local, Rogério está enfraquecido no aspecto político; eleitoralmente, foi bem na proporcional, mas no pleito majoritário, precisa melhorar muito seu desempenho. Em relação ao perfil, o filho de Valério também é muito preparado.
HERMANO MORAIS
O presidente do PMDB em Natal precisa ganhar a briga interna com seu próprio partido. O PMDB não alimenta nenhuma intenção de lançar uma candidatura para concorrer contra Carlos Eduardo. É uma questão familiar que se sobrepõe aos objetivos político-eleitorais.
HERMANO MORAIS II
Hermano acredita que seu desempenho na eleição de 2012 o credencia para tentar mais uma vez a disputa majoritária em Natal. O PMDB não quer mais apostar em sua candidatura. Por conta disso, é possível até que o parlamentar deixe o partido para tentar ser candidato por outra legenda. É um nome limpo e sério. Falta-lhe objetividade para tratar dos temas.
ROBÉRIO PAULINO
Um dos responsáveis por levar a eleição estadual para o segundo turno, evitando a vitória de Henrique, professor Robério Paulino mobilizou a juventude e as universidades em seu projeto alternativo. Ganhou experiência que poderá lhe ajudar a se sair melhor em debates futuros. Um nome respeitado que precisa transpor as barreiras acadêmicas e chegar a uma fatia maior do eleitorado.
KELPS LIMA
Deputado estadual que construiu a imagem a partir de discussão de problemas e soluções para temas de interesse coletivo. Saiu do debate puramente político e conquistou credibilidade junto a população, especialmente setores formadores de opinião da classe média. Virgem em disputa majoritária, poderá encarnar o ‘novo’ e surpreender. Falta-lhe um palanque representativo, pois hoje não conta com simpatia de nenhuma outra liderança que abrace sua causa. Candidatura majoritária não vinga na solidão partidária.
AMANDA GURGEL
Campeã de votos em sua primeira eleição como vereadora de Natal, a professora Amanda Gurgel transpôs as restrições e barreiras do eleitorado em relação a sua filiação partidária. Desempenha um mandato combativo e fiscalizador. Foi vítima do radicalismo e se desgastou ao apoiar invasões na Câmara.
AMANDA GURGEL II
Nas pesquisas feitas em 2012, Amanda apareceu bem em praticamente todos os cargos que seu nome era sondado. A dúvida de sua candidatura fica por conta da questão partidária. O PSTU sempre foi inexpressivo em termos de votos, mandato e visibilidade. Com Amanda, o partido ganhou uma vitrine para expor suas teses. Se Amanda for candidata e perder a eleição, o PSTU fica sem mandato na Câmara e reduz sua importância.


TÚLIO LEMOS

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