AMÉRICA 3X3 ABC NA VISÃO DE EDMO SINEDINO

A falta de peças de reposição para o treinador Geninho, principalmente no sistema defensivo, quase determina a derrota do alvinegro na primeira partida da final.
Pelo lado do América, a falta de ousadia, a insistência com três volantes num momento da partida em que o ABC estava batido, proporcionaram a reação e o empate.
Quando terminou o primeiro tempo vencendo de 2 a 0, ao invés de aproveitar o momento de completo abatimento do adversário, o América se encolheu, perdeu posse de bola e entregou o comando da partida.
O placar de 3 a 3, seis gols, num grande jogo, acabou sendo justo, mas pela forma como se deu – o América esteve duas vezes à frente do placar – acabou por dar um gostinho de vitória ao time do ABC.
O Jogo
No primeiro tempo, logo no início, se valendo de uma falha do garoto Montanha, o artilheiro Rômulo voltou a brilhar. Ele não desperdiçou o presente e marcou o primeiro gol da partida.
Desse momento em diante, o ABC, mesmo de forma desorganizada, passou a ter mais posse de bola e comandava as ações. Pecava na organização final.
Pouco tempo depois, para complicar ainda mais a situação do treinador Geninho, o zagueiro Léo Fortunato sentiu a lesão e deixou o campo. De novo, num “fogaréu” danado, dois meninos da base.
O América despertou para a oportunidade.
O time rubro, que tinha Cascata, isolado, organizando as jogadas de ataque, passou a trazer, a contar com o Thiago fazendo também a função de ligação e, ao mesmo tempo, chegava com perigo pelos dois lados do campo.
Antes de marcar o segundo, com jogadas criadas por Thiago, o América chegou a ter duas chances de ampliar, mas desperdiçou.
E quando tudo indicava que o primeiro tempo terminaria assim, já mal para o ABC, Thiago Potiguar faz bela jogada individual sobre o titubeante e assustado Jérferson Lima, e encontra Rômulo livre na área. 2 a 0.
Festa para o América. Terror para o ABC.
O segundo tempo se desenhava com cores nada positivas para o campeão do segundo turno.
Fiquei imaginando o que Geninho poderia fazer nesse intervalo. A mudança, um zagueiro inseguro, por um volante de pegada que nunca havia feito um bom jogo, não parecia ser a melhor solução.
Saiu Jerferson e entrou o volante Zaquel.
O futebol, no entanto, sempre nos surpreende.
E não foi pela entrada de Zaguel que o ABC foi bucar o jogo. Discordo de quem disser isso. Foi muito mais pela mudança de postura das duas equipes.
O América se fechou, abdicou de jogar, e o ABC foi para cima. E o time do povo teve a imensa sorte de marcar um gol logo cedo, aos dois minutos.
Echeverría levantou a bola na área, a defesa do América não cortou – muito mal a defesa rubra no jogo aéreo – a bola bateu nas costas de Thiago Dutra que foi no lance com o “pescoço encolhido” e gol do ABC.
O ABC conseguia, na base da vontade, da compactação, interromper todas as tentativas de ligação do América.
A bola não chegava mais em Cascata ou Thiago Potiguar e, também, claro, não servia o centroavante Rômulo.
O gol primeiroi serviu para tocar fogo na partida e colocar em polvorosa o sistema defensivo do time rubro.
O ABC pressionava e dava mostras claras que ia em busca do gol de empate e conseguiu essa igualdade logo aos 16 minutos.
Antes, em belo lance de Cascata pela direita, Thiago perde gol mais feito do jogo. Se fizesse, àquela altura, sei não, mas que seria o fim da empolgação do ABC.
E logo em seguida veio o castigo.
A bola cruzada na área, Nando que, finalmente, se encontra como atacante – finalizador e preparador – dá um passe primoroso, rolando para trás com o solado da chuteira (não de calcanhar) a bola que encontra o paraguaio.
Echeverría bate de perna direita, tirando do Pantera. 2 a 2.
O ABC dá mostras de que vai repetir a virada espetacular que conseguiu pela Copa do Brasil, diante do Goianésia.
O jogo recomeça com mais igualdade. E depois do empate, o ABC parece tirar o pé do acelerador.
Thiago Potiguar desmaia no gramado e dá um susto em todo. Recuperado, falando, ele sai para a entrada de Mateus.
No ABC entra Chiclete no lugar de Erivélton. No América, além de Mateus, Pedro Ivo ocupa o lugar de Thiago Dutra.
O jogo cai um pouco de produção, em emoção também. Seguem-se jogadas sem muita criatividade, de tentativas isoladas.
O jogo fica morno, as duas equipes parecendo não ter forças de tentar mais nada. Um engano.
E a torcida do ABC viu, desenganada, depois de cruzamento de Cascata, Flávio Boaventura subir e marcar o terceiro gol do América, aos 31 minutos.
Decidida a partida? Ainda não. Moura faz entrar Alan Silva (ainda?) no lugar de Rômulo, e se encolhe de novo.
Medida acertada? Nunca se sabe.
Mesmo sem muita força, o ABC ainda tenta, mas depois de tentativas vãs, numa bola parada – escanteio cobrado por Lúcio Flávio -, Márcio Passos sobe na frente de Boaventura, vejam só, e empata novamente a partida, aos 48 minutos.
Festa da torcida do ABC. A comemoração é justificada, afinal a equipe esteve três vezes atrás do placar e foi buscar o empate.
Sábado, dia 7, jogo da volta no Frasqueirão.

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