TODOS GANHARAM COM A MANUTENÇÃO DE TEMER

Análise
Terminada a votação na Câmara dos Deputados, o governo conseguiu os 172 votos necessários para barrar o prosseguimento da denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva, no Supremo Tribunal Federal.
Por “trás das notícias” há fatos a serem considerados.
Consideram-se vitoriosos: Temer, Lula e Bolsonaro.
O Presidente resistiu e mostrou que conhece profundamente os meandros do Congresso.
Dificilmente deixará de cumprir o restante do seu mandato, mesmo diante das ameaças de Rodrigo Janot.
Já Lula, embora os militantes do PT aparentem o contrário, desejou a permanência de Temer.
Isto porque, o quadro da política nacional lhe assegura posição de “vítima”.
“Vítima” pelas condenações que lhes são impostas por Moro.
“Vítima” pelo fato de que os chamados de golpistas teriam usado dois pesos e duas medidas, ao condenarem Dilma e absolverem Temer.
Soma-se a isso o desgaste político do Presidente, demonstrado pelas pesquisas, o que facilita a pregação “populista” de Lula.
Se Temer fosse afastado, certamente surgiria um sentimento nacional de que os “culpados” – Dilma e ele – haviam sido punidos.
Nesse caso, o proselitismo de Lula seria dificultado, por lhe faltar a bandeira da “vitimização”, ou seja, não se apresentaria como injustiçado pelas condenações de Moro, afastamento de Dilma e a omissão do Congresso ao negar licença para processar Temer.
Além do mais, nada melhor politicamente, do que combater um governo fragilizado na opinião pública, em decorrência das mudanças que insiste em fazer.
Por esses motivos, a vitória de ontem não foi apenas de Temer.
Intramuros, o PT comemora, por ter fortalecido o discurso de Lula, nas suas anunciadas andanças pelo país.
É só aguardar o que ele dirá nas visitas programadas para o RN.
Por fim, o candidato à presidente Bolsonaro é o outro vitorioso.
Votou “não”, juntamente com o PT,  para pousar de honesto (confunde dever com virtude), patriota e pró Lava Jato.
Entretanto, o estilo populista dele, ao só dizer o que o povo quer ouvir, “torce” pelo caos nacional, como forma de crescer politicamente, com a bandeira da moralidade nas mãos.
Nada melhor do que acusar Temer, para manter a chama acesa do patriotismo e anticorrupção.
Todas essas hipóteses cairão por terra, caso neste final, o governo Temer tome novos rumos e ganhe razoável apoio popular.
Isso será possível, através de comunicação maciça à opinião pública dos avanços reais que o país está alcançando (e alcançará com a aprovação das reformas).
Nesse caso, o “tiro” sairia pela culatra!
Faltam, apenas, até hoje, nomes que possam encarnar os sentimentos de mudança e transformação efetiva do país, após a eleição de 2018.

NEY LOPES


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