FHC FALOU DOS "CANDIDATOS PERIGOSOS"

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta quinta-feira, 16, que não pode descartar a possibilidade de o Brasil repetir a experiência italiana depois da Operação Mãos Limpas e eleger um presidente de direita similar a Silvio Berlusconi na esteira da Lava Jato.
Embora não tenha citado nomes, ele deixou claro que considera o deputado e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) a principal ameaça nas eleições do próximo ano.
“Eu não quero entrar em detalhes, mas há pessoas da direita que são pessoas perigosas”, disse FHC em evento na Universidade Brown, nos EUA.
Opinião do blog – Realmente, muito delicado o atual momento político brasileiro.
De um lado, não se pode negar o direito democrático de disputa e a defesa de ideias.
Quem se oponha a isso estará usando os mesmos métodos dos direitistas e esquerdistas, que se opõem, porém se aproximam nas posições extremas.
Na medida em que há uma oposição sistemática ao ex-presidente Lula e ao seu estilo político, tornam-se legítimas as reações contrárias ao candidato Bolsonaro, de ultra direita, que segura à bandeira da anticorrupção e, ao mesmo tempo, critica as instituições e os políticos, com a pregação messiânica do “politicamente correto”, em defesa da ordem na família, na escola, no trabalho, tentando proteger-se nos os exemplos de Trump e do Brexit.
Bolsonaro repete sempre que “Há excesso de direitos no Brasil”.
O palavrório inconsequente desse candidato reflete a crise das elites nacionais, que perderam a capacidade de mobilizar a sociedade.
No momento existe um vácuo, que estimula as massas votarem em branco em 2018, ou em alguém que radicalize e se mostre como alternativa a essa situação.
Nesse contexto, Bolsonaro expõe as suas teses extremadas.
Ele é contrário à independência do Banco Central (“Sem um coração verde e amarelo no peito dos caras que estão lá dentro o presidente da República vai ser refém deles“), contra o casamento gay, a adoção de crianças por casais gays, contra cotas raciais, contra o Estatuto do Desarmamento (“Fazendeiro comigo vai ter fuzil“) e favorável ao corte de até 50% do Bolsa Família.
Em entrevista à TV Bandeirantes em 1999, Bolsonaro afirmou que seria impossível realizar mudanças no Brasil por meio do voto.
Você só vai mudar, infelizmente, quando nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro. E fazendo um trabalho que o regime militar não fez. Matando 30 mil, e começando por FHC”.
Esses sinais, somados a outros, tornam imprevisível a eleição de 2018.
Que Deus se compadeça do Brasil!
NEY LOPES

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