CEARÁ: ATAQUES CONTINUAM
Membros de facções criminosas voltaram a cometer ataques no Ceará na
madrugada deste domingo (13) na tentativa de fazer com que o estado
recue de medidas que tornam mais rigorosa a fiscalização nas
penitenciárias.
No 12º dia da onda de violência, bandidos detonaram explosivos em uma
ponte da BR-116 na Grande Fortaleza e incendiaram veículos em duas
cidades.
A ponte sobre o Rio Choró, na cidade de Chorozinho, foi interditada
pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) nesta madrugada, após a detonação
de explosivos na parte inferior da estrutura. Ainda não há informação
sobre a dimensão do dano causado à ponte, conforme a PRF.
Motoristas que trafegam entre as cidades de Fortaleza e Chorozinho devem fazer a rota pela cidade de Horizonte.
Pessoas que moram próximo ao local, na entrada da cidade, relataram
um “tremor” com o impacto da detonação. “Estremeceu até a janela daqui
de casa, parecia um tremor de terra. Foi um estrondo muito grande”,
afirmou um morador da região, que não quer se identificar. A casa dele
ficou com ranhuras nas paredes após a explosão.
Os crimes ocorreram após a apreensão de cerca de cinco toneladas de
explosivos no Bairro Jangurussu, na periferia de Fortaleza, na tarde de
sábado (12).
Segundo a Polícia Civil, membros de uma facção criminosa presa no depósito forneciam o material explosivo utilizado nos crimes.
Entre a noite de sábado e a madrugada deste domingo também foram
incendiados carros particulares em Umirim, no interior do estado, e em
Fortaleza, no Bairro Siqueira.
A onda de violência começou em 2 de janeiro, um dia após Mauro
Albuquerque tomar posse do cargo de secretário da Administração
Penitenciária, pasta criada no segundo mandato de Camilo Santana.
Mauro Albuquerque fez operações para apreender celulares nos
presídios e prometeu acabar com a divisão de presos conforme a facção
criminosa a que pertencem. Os ataques são uma tentativa de fazer com que
o governo desista das ações. O governador do Ceará, Camilo Santana,
afirmou que “não há recuo”.
Nos 12 dias de crimes, foram 198 ações violentas em 43 municípios;
330 suspeitos foram presos, conforme a Secretaria da Segurança do Ceará.
O Ministério da Justiça confirmou também a transferência, para
presídios federais, de 35 chefes de facção que ordenavam os ataques.
G1
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