POLÍCIA FEDERAL INVESTIGA LIGAÇÃO ENTRE ADÉLIO BISPO E O PCC
Na primeira entrevista que concedeu como presidente da República,
Jair Bolsonaro mencionou Adélio Bispo: “No mesmo dia do crime, quatro
advogados se apresentaram para defendê-lo. Usaram inclusive um jatinho
particular. Então está na cara que gente com dinheiro e preocupada com
que ele não abrisse a boca foi em seu socorro.” Tais argumentos embasam a
indagação que o presidente e seus filhos repetem com frequência: “Quem
mandou matar Jair Bolsonaro?”.
No relatório do primeiro inquérito enviado à Justiça Federal, o
delegado da Polícia Federal (PF) Rodrigo Morais Fernandes descartou “a
participação direta de terceiros em coautoria com Adélio Bispo no dia e
no momento da prática do atentado, seja emprestando apoio moral ou
material”.
Nos últimos dois meses, ÉPOCA entrevistou 22 pessoas ligadas ao
episódio e teve acesso a detalhes do segundo inquérito que investiga o
caso. Um ponto em especial tem concentrado a atenção do delegado Rodrigo
Fernandes: quem está por atrás do quinteto de advogados — liderado por
Zanone Manuel de Oliveira — que defende Adélio Bispo? Na semana passada,
o delegado aguardava o resultado da perícia no telefone de Zanone de
Oliveira, apreendido três dias antes do último Natal. Foi uma operação
com excepcional demonstração de força, envolvendo 24 policiais do
Comando de Operações Táticas da PF — que exibiam fuzis leves e farda
camuflada —, na casa, num hotel e numa locadora de veículos pertencentes
ao advogado.
Mas é com a hipótese mais bombástica surgida até agora que a PF gasta
boa parte do tempo. A nova linha de investigação é sussurrada em
corredores do Palácio do Planalto e do Ministério da Justiça. Os agentes
procuram provas de que a defesa de Bispo possa ter sido paga por
integrantes mineiros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital
(PCC), associação de presidiários que, de São Paulo, tem se expandido
país afora.
Época
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