ASSÉDIO ELEITORAL

 Os funcionários de uma pequena confecção de roupas íntimas em Jardim de Piranhas, município da região do Seridó no Rio Grande do Norte, se preparavam para iniciar mais um dia de trabalho, em uma manhã de julho, quando receberam um pedido do dono da fábrica: gravar um vídeo declarando voto num dos candidatos à prefeitura da cidade. “Tá fechado com quem? Qual prefeito?”, pergunta o empresário com o celular em mãos. Sentado em frente à máquina de costura, o empregado responde o nome do candidato apoiado pelo chefe e diz que “vai até adesivar” seu equipamento de trabalho.

As gravações com os funcionários da fábrica de cuecas foram parar no Ministério Público do Trabalho (MPT) — que viu no episódio mais um caso de assédio eleitoral. Levantamento do órgão mostra que o número de denúncias do tipo neste ano já supera o das últimas eleições no mesmo período, com 153 registros relacionados a empresas e órgãos públicos do país. A esta altura, em 2022, haviam sido somente 11 — o segundo turno da eleição presidencial, contudo, elevou o número para 3.606 denúncias naquele ano.

O assédio eleitoral ocorre quando patrões pressionam empregados a votar em determinado candidato, ameaçam-nos com a perda do emprego caso alguém não seja eleito ou prometem benefícios em troca de votos. Até 2022, eram atos classificados como assédio moral — o que impede a comparação com disputas municipais anteriores.

O Globo

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