Foto: Twitter/Champions League
A Copa Libertadores da América de 2018 será decidida pelos argentinos
River Plate e Boca Juniors no dia 9 de dezembro, em Madri, no estádio
Santiago Bernabéu. A capital da Espanha ganhou um leilão que durou três
dias, contra cidades tão diferentes quanto Doha (Catar) e Miami (Estados
Unidos). A informação foi publicada primeiro pelo diário argentino “La
Nación” e confirmada pelo GloboEsporte.com.
Para se ter ideia de como a disputa foi apertada, até o início da
tarde desta quinta-feira a Conmebol tinha dois comunicados prontos para
publicar em seu site: um com Madri como sede da partida, outro com
Paris, que no último momento se viabilizou como opção.
Como o jogo de ida terminou, disputado na Bombonera, estádio do Boca,
terminou empatado em 2 a 2, a partida em Madri vai significar, na
prática, uma decisão em campo neutro e jogo único. É assim que a
Libertadores vai ser decidida a partir de 2019, quando o rodízio de
sedes da final começa por Santiago, no Chile. A primeira partida só teve
torcida do Boca, e o mesmo valeria para o River no Monumenal. Porém,
agora a entrada de torcedores dos dois clubes será liberada no Santiago
Bernabéu.
Nesta quinta-feira, o Boca Juniors anunciou que aceitará jogar a
final. O clube havia apresentado um recurso ao Tribunal de Disciplina da
Conmebol, no qual pedia os pontos do jogo não realizado contra o River –
e, consequentemente, ser declarado campeão sem precisar jogar. Isso
mudou.
Segurança e “cara” sul-americana
A decisão tomada pela Conmebol nesta quinta-feira em Assunção, foi
motivada por segurança e por “latinidade”. Madri é a capital europeia
que mais recebe voos da América do Sul, e também conta com uma grande
presença de argentinos. Doha, capital do país-sede da próxima Copa do
Mundo, acabou descartada pela Conmebol, apesar dos milhões oferecidos
pelo Catar.
Esta partida deveria ter sido disputada no último sábado, no estádio
Monumental de Núñez, casa do River. Mas teve que ser primeiro adiada e
depois suspensa por causa de atos de vandalismo e violência dos
torcedores do próprio River.
O ônibus que levava o Boca Junios até o Monumental foi atacado com
pedras e paus. Ao tentar intervir, a polícia de Buenos Aires atirou gás
de pimenta na multidão, o que acabou por atingir também os jogadores e a
comissão técnica do Boca. Sem acordo sobre qual seria a melhor solução,
a final da Libertadores foi parar na sede da Conmebol, no Paraguai.
Depois de uma disputa de bastidores que durou quatro dias, a situação
começou a se resolver numa reunião na manhã de terça-feira, da qual
participaram os presidentes da Conmebol, Alejandro Domínguez, do Boca
Juniors, Daniel Angelici, do River, Rodolfo D’Onofrio, da AFA, Claudio
Tapia, e da Federação Paraguaia, Robert Harrison.
Desse encontro, saiu uma resolução: por razões de segurança, o jogo
não poderia ser disputado na Argentina. Como este cenário já estava se
desenhando na véspera, a Conmebol recebeu várias ofertas de cidades
interessadas em receber o jogo.
Ofertas chegaram de todos os lados, da Itália ao Brasil, passando
pelos EUA e o Oriente Médio. No caso do Brasil, nem a CBF encampou as
propostas de Mineirão, Arena Condá (Chapecó), Arena Pernambuco,
Maracanã, da prefeitura de São Paulo e da Federação Gaúcha de Futebol. A
Conmebol também deixou vazar que não tinha interesse em organizar um
superclássico argentino – e todo o pacote de potenciais problemas que o
acompanha – numa cidade brasileira.
A oferta de Doha, no Catar, atraiu o interesse da Conmebol porque
incluía o pagamento de todos os custos para a realização do jogo, além
de reembolsar os torcedores do River Plate que haviam comprado ingresso
para a partida em Buenos Aires, além de premiação para os dois
finalistas.
No fim, a Conmebol descartou a ideia de jogar no Oriente Médio por
causa da distância para Buenos Aires – mais de 20 horas de voo, com
passagens que não custariam menos do que R$ 10 mil. A final será em
Madri.
Globo Esporte