COLUNA DO JORNALISTA TÚLIO LEMOS DO JORNAL DE HOJE

O final de semana foi de fato novo na eleição do RN, provocado pela delação premiada do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. O “Homem-Bomba”, como ficou conhecido o delator, citou vários políticos do Brasil, que receberiam propina para proteger o assalto aos cofres da empresa. Do RN, pelo menos por enquanto, somente Henrique Alves figura na lista da corrupção.
FATO
O fato do nome de Henrique aparecer em escândalo não é novidade. É novidade ter aparecido nessa eleição, principalmente pela coincidência do filho de Aluízio ser o atual presidente da Câmara dos Deputados e disputar o Governo do RN.
DIMENSÃO
O escândalo da Petrobras tem a força de se transformar em fato novo da eleição no RN pela dimensão que a delação premiada tomou na imprensa nacional, principalmente pelos nomes dos envolvidos no suposto esquema de recebimento de propina. O nome de Henrique está ligado diretamente ao de Renan Calheiros, presidente do Senado.
PARLAMENTO
Ganha relevo o fato de que os presidentes da Câmara e do Senado, seriam beneficiários de um esquema de corrupção. Afinal, trata-se dos dois titulares das duas casas legislativas do País, os sucessores hierárquicos da presidente da República. Não é todo dia que alguém acusa dois dos mais influentes políticos do País, de fazer parte de um esquema sujo.
REPERCUSSÃO
A imprensa nacional continua repercutindo o escândalo da Petrobras e o nome de Henrique está sempre em evidência negativa. Como o tema não vai ser esgotado em pouco tempo, o efeito negativo do envolvimento do parlamentar potiguar no esquema pode ser devastador para sua candidatura.
CONSEQUÊNCIAS
Hoje, políticos de diversos partidos já começaram a falar em cassação de mandato dos envolvidos. Não demora o pedido de renúncia de Henrique Alves e Renan Calheiros, como forma de dar uma resposta à sociedade diante do mar de lama que tomou conta da Petrobras.
APOIO
O senador José Agripino está diante de uma grande dificuldade. Seu candidato a presidente, Aécio Neves, está usando a delação premiada do diretor da Petrobras como única arma eleitoral que poderá lhe dar uma sobrevida na disputa presidencial. Como coordenador da campanha do PSDB, Agripino já está, indiretamente, apoiando as pancadas de Aécio no esquema de corrupção.
SILÊNCIO
O detalhe é que, para concordar com o que Aécio Neves diz sobre o esquema, Agripino vai ter que envolver Henrique Alves, seu candidato a governador. Caso silencie no aspecto nacional para proteger Henrique, compromete totalmente sua posição na campanha presidencial. E agora, José?
DEFESA
A nota oficial do deputado Henrique Alves não bate de frente com o acusador, mas já antecipa que o tema pode ser usado na campanha: “Nunca pedi nem recebi quaisquer recursos por meio do senhor Paulo Roberto Costa.
As insinuações publicadas pela revista Veja, de forma genérica e sem apresentar evidências sobre o meu nome, não podem ser tomadas como denúncia formal nem fundamentada.
DEFESA II
Continua a nota de Henrique: “Foram feitas em um processo de delação premiada, sem apresentação de provas. E delação premiada exige provas. Peço a todos que fiquem atentos à manipulação do episódio na campanha eleitoral, por candidatos sem respeito pela verdade dos fatos”.
PROVAS
Do empresário Gustavo Rocha, no Twitter: “Exigir provas para delação premiada lembra a piada daquele corno que só acreditava vendo. Um dia viu a mulher na cama com outro”.
PROVAS II
Do juiz Raimundo Carlyle: “Princípio da inocência nos contraditórios tempos atuais: “Nego. Depois, quem puder prove que menti.” (Joca do Coroatá)”.
VISÃO
Esse escândalo da Petrobras tem provocado situações hilárias. Há aqueles que estavam com toda a sede de usar a lama preta na campanha nacional, desde que o uso atingisse somente a campanha presidencial. Com envolvimento de Henrique, os falantes ficaram sem ter o que dizer.
MICO
Sherloquinho quer saber porque os arautos da moralidade momentânea e seletiva, que passaram três meses transformando a compra de um edifício, pelo Ministério Público, em gigantesco escândalo, não deram uma linha sobre o verdadeiro escândalo, o da Petrobras?
BAIXARIA
Perguntinha básica aos ‘puros’ seletivos que ‘odeiam’ baixaria em campanha. Até aceitam, desde que seja na campanha de seus adversários: Falar do escândalo da Petrobras pode ser considerado baixaria ou baixaria é justamente roubar a Petrobras?

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