JORNALISTA TÚLIO LEMOS ANALISA PESQUISA DO IBOPE

A pesquisa do Ibope revelou nova queda na aceitação da candidatura do deputado Henrique Alves e crescimento do nome de Robinson Faria. Para quem acha que o instituto é ‘batizado’ por se tratar da vinculação à empresa na qual o próprio Henrique é sócio e também já errou bastante no RN, os números não foram nada animadores para o PMDB.
TURNO
Além de praticamente deixar clara a possibilidade real de haver segundo turno no pleito do RN, o Ibope também cravou um empate literal dos dois candidatos numa eventual nova disputa. Ambos apareceram com 40%. Apesar de saber que segundo turno é uma nova eleição sob todos os aspectos, os números também não foram bons para Henrique.
REALIDADE
A avaliação a ser feita é sob a ótica comparativa em termos de estrutura política montada pelo deputado Henrique Alves. A força do superpalanque é inigualável. Henrique tem tudo a mais que Robinson. Mais tempo de TV; mais dinheiro arrecadado; mais prefeitos; mais vereadores; mais lideranças expressivas. Mesmo assim, ao invés de crescer na reta final, continua em queda. Do ponto de vista de avaliação política, algo absolutamente inexplicável. A não ser por um fator que foi também pesquisado pelo Ibope: a rejeição.
PESO
Desde o início da campanha que até os aliados mais lúcidos reconheciam o peso da candidatura de Henrique e externavam a preocupação com a rejeição de seu nome junto ao eleitorado. Diante das constatações, o próprio Henrique foi habilidoso suficiente para montar um palanque praticamente à prova de adversário.
PALANQUE
Henrique conseguiu que Wilma de Faria, então a candidata mais forte ao Governo do Estado, retirasse sua candidatura e passasse a apoiá-lo. No aspecto político, tiro mais que certeiro. Fez José Agripino cassar a possibilidade de candidatura de Rosalba e atraiu todos os partidos e lideranças com maior representatividade no RN.
FORMAÇÃO
A questão é que a formação de um palanque de união pelo RN, não foi digerida pelo eleitorado. Simplesmente porque os eleitores identificaram que a formação desse superpalanque não era propriamente em função do interesse coletivo. Cada um tinha seu próprio interesse; nem sempre coincidente com o anseio da sociedade. Aí começou o desgaste do acordão.
CHAPA
A formação da chapa do acordão já nasceu sob o estigma do interesse individualizado das oligarquias. Desgaste que os líderes, apesar da popularidade, não conseguiram debelar em sua totalidade. O próprio candidato já era desgastado e foi ungido como o nome de um grupo originado pela conveniência.
INTERIOR
A força política do acordão é tão violenta que seria inadmissível que um candidato apoiado por essa gigantesca estrutura tivesse alguma dificuldade de aceitação junto ao eleitorado. Em alguns municípios, Henrique tem o apoio de tradicionais adversários, que aceitaram apoiar o mesmo candidato, apesar da resistência do eleitor a uma união cuja justificativa carece de consistência.
REJEIÇÃO
A pesquisa do Ibope trouxe números a respeito da rejeição, totalmente diferentes de todos os institutos. Nenhum levantamento havia mostrado números tão altos da rejeição dos candidatos. Henrique Alves tem 37% de rejeição; Robinson aparece com 27%; Araken tem 25%; Simone tem 21% e Robério, 16%. Esses números justificariam o alto percentual de indecisos ou daqueles que querem votar em branco ou anular o voto.
INVIABILIDADE
Quem faz leitura técnica de pesquisa, afirma que qualquer candidato majoritário que apresente um percentual acima de 35% de rejeição, está inviabilizado para o Executivo. Havendo dois turnos, essa situação se agrava ainda mais.
SENADO
Para surpresa geral, a disputa para o Senado, vista através de todos os institutos locais, como vantagem de Fátima Bezerra e queda de Wilma de Faria, o Ibope trouxe um empate que reacendeu a possibilidade de levar a disputa até o último minuto.

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