Pular para o conteúdo principal

MOSSORÓ:: A REJEIÇÃO DERRUBOU SILVEIRA JÚNIOR


Foto extraída da internet
Prefeito Silveira deu as costas ao governador Robinson quando ouviu conselho para não ser candida
Blog do César Santos
O governador Robinson Faria aconselhou o prefeito Silveira Júnior a não ser candidato à reeleição, numa conversa franca e aberta.
Foi em maio deste ano.
Robinson disse ao gestor municipal que com 80% de reprovação popular ele não reunia as condições para enfrentar o povo nas ruas.
Disse também que uma candidatura de Silveira causaria estragos ao projeto do PSD estadual, com o inevitável isolamento do partido, do qual é líder, no segundo maior colégio eleitoral do Rio Grande do Norte, no caso Mossoró.
Porém, Robinson deixou Silveira a vontade para decidir, acreditando no bom senso. Foi a última conversa sobre política e eleição entre eles.
Um mês depois, Robinson tomou conhecimento, via imprensa, que Silveira decidira ser candidato. Daí, o governador fechou-se em copa, evitando, inclusive, receber as ligações telefônicas do prefeito e de pessoas próximas.
Silveira e a primeira-dama Am?lia Ciarlini fizeram da Prefeitura uma extens?o familiar (foto extra?da da internet)
Silveira e a primeira-dama Amélia Ciarlini fizeram da Prefeitura uma extensão familiar (foto extraída da internet)
Silveira foi para a "loucura" eleitoral por conta própria e por motivos bem pessoais. O principal deles, a vaidade cega de quem chegou ao poder achando que por méritos próprios, sem observar a forma como escalou os degraus do Palácio da Resistência.
Ora, todos sabem que a Prefeitura caiu no seu colo com a cassação do mandato da prefeita eleita Cláudia Regina (DEM). Ele havia renovado o mandato de vereador com pouco mais de 2.300 votos. Nas eleições suplementares, tendo recebido mais de 68 mil votos, imaginou que aquele universo eleitoral era dele.
Também teve peso decisivo a pressão dentro de casa, onde se construiu uma dependência danosa da máquina pública. Renovar o mandato por mais quatro anos, muito mais do que um projeto político, tornou-se uma necessidade de receita familiar.
Daí, o prefeito ficou cego para a realidade das eleições. Não admitia nada que surgisse contra o seu desejo desenfreado de continuar prefeito por mais quatro anos.
As vaias constantes eram coisas de inimigos, na sua opinião. As críticas, coisa da “imprensa perseguidora”. Notícias negativas, dizia que alguém havia plantado, inventado, orquestrado. Síndrome da conspiração.
O mundo lá fora, porém, lhe apresentava uma realidade dura: rejeição na estratosfera por consequência de uma gestão desastrosa que condenou Mossoró ao atraso. Isso não era coisa de inimigo político, mas de sua incapacidade gerencial. Pior, da sua total e completa inabilidade ou de responsabilidade no tratamento da coisa pública.
Pra?a da Crian?a destru?da ? a imagem do caos em Mossor? (foto: Carlos Costa)
Praça da Criança destruída é a imagem do caos em Mossoró (foto: Carlos Costa)
A cidade parou de crescer. Nenhuma obra estruturante, nenhum projeto em execução, nenhuma previsão de futuro melhor. Pelo contrário. O que havia sido construído no passado começou a cair aos pedaços, comprovado na imagem da Praça da Criança, no Corredor Cultural, totalmente destruída; e no enfraquecimento de projetos culturais importantes como o Mossoró Cidade Junina e a Festa da Liberdade.
Serviços básicos pararam de funcionar, sobremaneira a saúde que deixou de prestar bom atendimento à população. Unidades Básicas caindo aos pedaços, sem médicos, medicamentos e sequer material de expediente. Fornecedores com pagamentos atrasados, cooperativas médicas suspendendo serviços, pacientes na fila de espera.
Todas as outras áreas com igual situação. É verdade que existe uma crise econômica sem precedente, que atingiu as gestões públicas estaduais e municipais de todo o País, porém, não justifica o caos administrativo que se abateu sobre Mossoró. Falta gerenciamento, competência, responsabilidade no trato da coisa pública.
Logo, Silveira Júnior não tinha condições de pedir ao povo de Mossoró um novo voto de confiança. O cidadão mossoroense já havia decido tirá-lo da cadeira de prefeito, sem direito a retorno.
Silveira, Am?lia Ciarlini, Faf? Rosado e Leonardo Nogueira no palanque das elei??es suplementares de 2014 (foto de arquivo)
Silveira Júnior, Amélia Ciarlini, Fafá Rosado e Leonardo Nogueira no palanque das eleições suplementares de 2014 (foto de arquivo)
A acusação lançado por ele de que foi "vítima" dos grupos políticos tradicionais, para justificar o seu fiasco político-administrativo, não se ampara na verdade dos fatos. Ele foi eleito prefeito, nas eleições suplementares de 2014, com apoio decisiva da ex-prefeita Fafá Rosado (PMDB) e de seu grupo. Três meses depois, Silveira descartou essa ala da família Rosado quando não resistiu aos encantos do candidato Galeno Torquato (PSD) e recuou do compromisso de apoiar Fafá à Câmara dos Deputados e Leonardo Nogueira à Assembleia Legislativa.
O fato é que a insistência de uma candidatura à reeleição natimorta, além dos problemas políticos criados, transformou a vida pública do prefeito em picadeiro. Virou piada sob todos os aspectos. O maior deles, a tentativa de criar várias personagens em um só, levando Silveira ao escárnio público.
Veja: ele era conhecido como Silverinha, passou para Silveira Júnior, depois Francisco José Júnior, em seguida prefeito Silveira e por último Francisco. Em todos eles, nenhuma verdade.
silveira-resistir-jamais
Pior foi o pecado da tentativa de transformá-lo na reencarnação do prefeito Rodolfo Fernandes (Sempre resistir, recuar jamais – lembra-se?), que correu com o bando de Lampião de Mossoró em 1927; depois fazê-lo de Papa Francisco e, numa loucura maior, em São Francisco - o santo da humildade, da alegria e da pobreza.
A resposta do cidadão indignado com tudo isso vem das ruas, com a rejeição ao prefeito e, quase sempre em suas caminhadas, as pessoas fecham portas e janelas. Momentos de constrangimentos que poderiam ter sido evitados, caso houvesse alguma lógica nas atitudes de Silveira & Cia.
A retirada da candidatura, anunciada no final da noite da segunda-feira (19), em mais uma sessão pastelão no face live, muito provavelmente não foi o último ato dessa panaceia política. Silveira ainda vai protagonizar outros episódios ao seu estilos. Agora ou daqui a pouco.
Portanto, o prefeito continuará no seu mundo, de braços erguido, gritando só pra ele: “Sempre resistir, apenas recuar.”

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DÓLAR DISPARA

  O dólar voltou a fechar em alta nesta sexta-feira (1°), desta vez no segundo maior valor nominal da história (descontada a inflação):  R$ 5,8698.  No dia 13 de maio de 2020, a moeda americana chegou aos R$ 5,9007, seu recorde. Em meio às turbulências econômicas no Brasil e no mundo,  o dólar acumula alta de 20% em 2024.   O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, fechou em queda. Nesta semana, investidores esperavam definição do governo federal sobre o corte de gastos previsto para este fim de ano, o que não aconteceu. A equipe econômica busca cumprir a meta de déficit zero para as contas públicas em 2024. O mercado financeiro espera que esse pacote indique cortes entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões nos gastos públicos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta semana entender a “inquietação” do mercado, e que vai apresentar cortes. Mas disse também que não há data para a divulgação dos planos, e que a decisão de...

NATAL: PESQUISA ELEITORAL

  Pesquisa do instituto Real Time Big Data para a Prefeitura de Natal (RN), encomendada pela  RECORD  e divulgada nesta quinta-feira (26), indica Carlos Eduardo (PSD) à frente da disputa, com 40% das intenções de voto no levantamento estimulado, quando uma lista com os possíveis candidatos é apresentada aos eleitores. Na sequência, aparece Paulinho Freire (União Brasil), com 28%, em empate técnico com Natália Bonavides (PT), que tem 22%. Rafael Motta (Avante) aparece com 3%. O levantamento foi realizado com 1.000 entrevistados, entre os dias 24 e 25 de setembro. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa, registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número RN-08348/2024, tem um nível de confiança de 95%. Heitor Gregório 

NATAL: PESQUISA EXATUS

 Pesquisa do Instituto Exatus Portal de Notícias AGORA RN divulgada neste sábado 26, mostra que considerando apenas os votos válidos, ou seja, aqueles votos que serão computados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o resultado do segundo turno das eleições municipais em Natal, Paulinho Freire aparece com 56,59% e Natália Bonavides, com 42,98%. A pesquisa, encomendada pelo portal de notícias AGORA RN, foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número RN-01805/2024. Para isso, foram ouvidos 1.000 eleitores nos dias 22 e 23 de outubro, conforme a proporção do eleitorado por zona eleitoral, bairro de moradia, sexo, faixa etária e escolaridade. A margem de erro é de 3,1%, para mais ou para menos, com 95% de confiança. DECISÃO DO VOTO Foi perguntado ainda aos entrevistados se eles já estavam decididos sobre o seu voto, ou se ainda poderiam mudar até o dia da eleição. Dos 1.000 ouvidos, 90,3% disseram já ter seu voto decidido, enquanto 4,6% afirmaram que ainda poderi...