STF ABSOLVE GLEISI HOFFMANN
Ao absolver Gleisi Hoffmann, a Segunda Turma —Jardim do Éden do
Supremo Tribunal Federal— acomodou o PT no divã. O paciente é complexo.
Combina sintomas de esquizofrenia (perda de contato com a realidade) e
paranoia (mania de perseguição). Obcecado pelo discurso da condenação
sem provas, o petismo terá dificuldades para lidar com uma absolvição
por falta de provas.
Acusada de se apropriar de R$ 1 milhão roubado da Petrobras, Gleisi
livrou-se das imputações de corrupção e lavagem de dinheiro por
unanimidade. Avaliou-se que a acusação estava excessivamente ancorada em
delações. Os ministros Edson Fachin (relator) e Celso de Mello
(revisor) votaram pela condenação parcial.
Ambos concluíram que o dinheiro sujo chegou à caixa registradora da
campanha de Gleisi ao Senado, em 2010. Como não há registro na Justiça
Eleitoral, condenaram a ré pelo crime de falsidade ideológica eleitoral,
eufemismo para caixa dois. “Tenho como provado nos autos o efetivo
recebimento de valores no interesse da campanha da denunciada”, declarou
o relator Fachin.
Contudo, os outros três ministros da turma discordaram. Gilmar
Mendes, o libertador; Dias Toffoli, o ex-funcionário do PT; e Ricardo
Lewandowski, o amigo da família Silva, optaram pela absolvição integral.
“Não há aqui qualquer vestígio de prova da entrega de dinheiro para os
acusados, inexistindo de resto um único registro externo sequer aos
depoimentos dos colaboradores”, desqualificou Lewandowski.
Dá-se de barato na Suprema Corte que o resultado seria outro se o
julgamento tivesse ocorrido na Primeira Turma, conhecida como Câmara de
Gás. Ali, Gleisi não escaparia de uma sentença condenatória. Com a ficha
suja, a senadora não poderia disputar uma cadeia na Câmara, como
pretende. Mas estaria livre entoar os bordões da “perseguição política”
e da “pressão da mídia.”
Suprema demência! Ao tratar do caso da presidente do PT e Gleisi com a
sensibilidade de um centro terapêutico, o Jardim do Éden do Supremo
atordoou o paciente. De maníaco, o PT passará a depressivo. Sem a pose
de vítima, o partido não será o mesmo. Vai piorar.
JOSIAS DE SOUZA
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