RN: NEY LOPES ANALISA PESQUISA DO IBOPE
O editor do blog não tem a pretensão de interpretar pesquisa eleitoral.
Apenas recolhe a experiência de longa vida pública, com mais de 24
anos de vivência no Congresso Nacional, além de ter sido vice-prefeito
de Natal , suplente de Senador e presidente de um órgão parlamentar
internacional, o Parlamento Latino Americano (PARLATINO), hoje sediado
em belíssimo prédio às margens do canal do Panamá.
A PESQUISA TN
A pesquisa do IBOPE divulgada hoje, 22, pela Tribuna do Norte pode ser resumida, politicamente, numa expressão: “índices altamente preocupantes para os candidatos majoritários (governador e senador)”.
“Não há como cantar”, ou manter “ilusões” do “já ganhou".
Algo paira no ar e chega às cabeças do eleitorado.
Os resultados são de tirar o sono, por revelarem a absoluta
impossibilidade de compreensão prévia, do que irá acontecer nas urnas de
outubro.
SURPRESAS DO PASSADO NO RN
Mesmo sem ter “lava jato” em eleições anteriores, o eleitorado do RN
nos últimos dez anos já deu provas de mudanças de rumos, considerados
impossíveis pelas lideranças tradicionais do Estado.
Com “lava jato” essa possibilidade cresce.
Foram os casos da eleição de Vilma de Faria, quando Fernando Bezerra
tinha mais de 70% na pesquisa de início de campanha e ela menos de 5%,
praticamente sem apoio de prefeitos ou lideres municipais.
No final, ganhou a eleição.
Em 2006, Garibaldi Alves era governador em férias. Partiu no início da campanha com 75% de apoio popular.
No final, Wilma de Faria se reelegeu.
Em 2014, o mais impressionante ocorreu.
Henrique, Garibaldi e Vilma montaram, com ajuda de lideranças
empresariais locais e nacionais, o mais poderoso esquema político da
história do estado e quiçá do Brasil.
Dizia-se a “boca pequena”: Henrique, João Maia (o vice), Vilma e seus suplentes não tinham como perder a eleição.
Todos previamente eleitos.
Atitudes de desprezo e zombaria, em relação a quem não estava acomodado no “esquema” imbatível.
Haviam municípios, em que existindo três lideres, todos eles conjuntamente apoiavam esses nomes.
José Agripino negou legenda à Rosalba para que ela disputasse a
reeleição, fato inédito na história política do país e admitiu que
"asfaltaria" o caminho para a vitória de HA e WF.
O editor defendeu até a última hora a candidatura de
Rosalba à reeleição e, em protesto pelo desfecho, desligou-se do DEM,
partido que fora fundador e deputado por várias legislaturas.
Robinson Faria não era um candidato tão abandonado assim, por dispor
do apoio de Lula, liderança inequívoca e contar com razoáveis recursos
financeiros para a campanha.
Todavia, o poderio de Henrique e Vilma era tão grande, que ninguém imaginava a vitória de Robinson.
O autor dessa postagem acreditou em Robinson e depois foi relegado e humilhado por ele.
AGORA, QUAL A TENDENCIA DO ELEITOR?
Agora, em 2018, a pergunta no ar: qual será a tendência do eleitorado geral do estado?
Afinal, o que fará o eleitor potiguar?
Acompanhará, com análise crítica a curtíssima campanha e decidirá em que vota?
Ou, simplesmente anulará o seu voto, e/ou abstém-se de votar?
Ou, dará “uma cacetada”, desmoralizando a classe
política, tendo em vista os conhecidos escândalos e as escolhas
estapafúrdias de candidatos absolutamente incapazes para o exercício dos
mandatos, tudo forçado por "acordos fechados" e "nominatas" arrivistas?
Diante de vários "perigos iminentes" o RN arrisca-se a ter a pior
representação política de sua história, com a premiação da afoiteza,
mediocridade, oportunismo e ausência absoluta de competência e espírito
público.
Será o caso de dizer: “choro por ti RN”.
RAZÕES PARA AS INCERTEZAS
Os preocupantes sinais de incertezas e indefinições se justificam, em
função dos alarmantes índices de mais de 40% de votos indecisos para o
governo do estado e quase dois terços do eleitorado, igualmente indeciso
sobre em quem votará para senador da república.
DECÁLOGO DE VERDADES EMBUTIDAS
O resultado da pesquisa traz um decálogo de verdades embutidas, somente não enxergadas por quem deseje enganar-se.
Primeiro, não há ninguém eleito na eleição majoritária.
Segundo, os números estaísticos de preferência pelos
candidatos tradicionais, militantes há anos na política local são
totalmente insignificantes para a história deles. Preferências mínimas.
Deveriam já ter atingido percentuais mais elevados.
Terceiro, essa realidade está mostrada com nitidez
na disputa do Senado: quatro candidatos estão empatados tecnicamente
(índices entre 18% e 22%). Portanto, ninguém por dizer-se eleito.
Quarto, a preocupação maior seria de Garibaldi e
Geraldo, que chegaram onde puderam até agora, sendo ex-governadores e
ex-senadores. Muito reduzidos os percentuais registrados na pesquisa
para ambos, considerando que quase 70% do eleitorado os conhecem há
tempo e não manifestaram apoio aos seus nomes.
Quinto, Zenaide e o Capitão Stevenson preenchem o
“vazio” de nomes, que possam empolgar o eleitor e, na largada, se
colocam na disputa, caso consigam sensibilizar os quase 70% de
indecisos, embora não se saiba o que pensam, nem o que pretendem fazer,
salvo slogans, ou "carona" no populismo e/ou o chavão de combater a
violência.
Sexto, a pesquisa, entretanto, mostra que não há
assimilação de nenhum desses quatro nomes pelo eleitor, ainda. Garibaldi
e Geraldo recolhem os apoios resultados de suas vidas públicas com
várias disputas majoritárias, mas, para se tornarem viáveis, teriam que
já ter alcançado índices mais elevados. Sem dúvida, poderão ainda
conquistar, o que é impossível prever.
Sétimo, Zenaide e Stevenson não disseram ainda por que vieram,
em termos de experiência, vivencia, competência específica para o
exercício do mandato. Colocam-se como nomes sem contestação ética, porém
com essas características. Certamente, o objetivo deles é serem as
opções de mero protesto do eleitor, que vote por impulso, ou
contestação.
Oitavo, uma hipótese que não pode ser descartada, em
função da pesquisa IBOPE, é que Zenaide e Stevenson conseguem avançar,
enquanto Geraldo e Garibaldi dão sinais de estacionamento. Nessa corrida
ganhará quem conquiste o eleitor que ainda não se definiu. E aí será um
“salto no escuro”. Tudo poderá acontecer, inclusive nada.
Nono, um número altamente significativo para influir
ou não no eleitor é o percentual de 56% de apoio popular no Estado do
presidente Lula. Mesmo preso, acusado, inelegível, o ex-presidente
mantem esse patamar, talvez um dos mais elevados do Brasil. O fato deve
abrir o “olho” de quem tiver juízo, embora se saiba que
a senadora Fátima Bezerra não se comporta como quem queira ganhar a
eleição. O desejo dela é “esquentar” um espaço político, que lhe garanta
voltar ao senado em 2022. O seu comportamento esquisito, de afastar
apoios e lideranças, comprova tal intenção pessoal.
Décimo, por fim, ponderando todo o alegado nessa
postagem, conclui-se com extrema possibilidade de ser a única verdade
existente na pré-eleição do RN, até o momento:
“Ganhará as eleições de governador e de senador no RN,
quem for capaz de conquistar a simpatia e a preferencia do eleitor
indeciso (quase 70%)”.
Não haverá essa história de “novo”, nem de “velho”.
O eleitor está profundamente decepcionado com a classe política em
geral e procura uma luz no final do túnel, independente de ser novo, ou
velho.
Se encontrar, votará nessa “luz”.
Se não encontrar, anula o voto ou se abstém.
Post scriptum – O mais impressionante é que os
partidos parecem não ter entendido esse estado de espírito do eleitor,
tendo em vista algumas escolhas de candidatos, já consumadas, com a
notória rejeição antecipada do eleitor pela visível demonstração de
mera esperteza e oportunismo.
A definição das chapas regra geral seguiram regras do passado e alguns "cheques sem fundo" foram emitidos.
Também outro fator a ponderar é que até agora não há propostas concretas com inicio, meio e fim para o exercício dos mandatos Executivo e Legislativo.
Para o senado, inexistem propostas de continuidade de trabalho iniciado pelo candidato, no exercício de mandatos anteriores.
E ações legislativas futuras muito menos, sobretudo pela
inexperiência e falta de vivência de alguns pretendentes para
representar um Estado, em colegiado tão significativo quanto o senado.
Outro risco ronda o RN na eleição de senador.
Se Fátima Bezerra for eleita governadora, o Estado do Rio de
Janeiro ganhará mais um senador, que será Jean Paul Prates, carioca, sem
nenhum compromisso com o RN, salvo profissionais com áreas
empresariais.
Absolutamente nada de pessoal contra Jean Paul Prates, a quem se reconhece até competência técnica, em matéria energética.
Não se trata, portanto, de prevenção, nem discrminação.
Porém é uma realidade óbvia para quem vive e conhece o Rio Grande do Norte.
O resumo da ópera é que em momento tão dificil, o nosso estado corre o risco de ter apenas "dois senadores", ao invés de "três".
E o mais grave: um, ou os dois senadores
porventura eleitos, com sinais antecipados de que somente "balançarão" a
cabeça, em sinal de sim ou não, nos debates do interesse nacional e
estadual realizados no plenário da Câmara Alta do país.
Haverá ainda há tempo?
Talvez.
Sobretudo para reciclagem de comportamentos de todos os
candidatos lançados, mostrando de que são capazes e buscando a confiança
do eleitor, hoje decepcionado e frustrado.
Deus queira que isso aconteça.
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