RN: DESEMBARGADORES FORAM CONDENADOS
Os ex-desembargadores Osvaldo Soares Cruz e Rafael Godeiro Sobrinho
foram condenados pela Justiça potiguar por envolvimento em um esquema
fraudulento que desviou R$ 14.195.702,82 do Setor de Precatórios do
Tribunal de Justiça do RN, no período em que eram presidentes da
instituição, segundo investigações do Ministério Público do Rio Grande
do Norte (MPRN) que resultaram na deflagração da operação Judas, em
janeiro de 2012. Osvaldo Cruz foi condenado por peculato e lavagem de
dinheiro com pena de 15 anos de prisão e Rafael Godeiro por peculato,
com pena de 7 anos e seis meses de reclusão. Além da reclusão em regime
fechado, os ex-desembargadores também foram condenados a repararem, cada
um, o valor de R$ 3 milhões.
Em junho de 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já havia
aplicado punição máxima a ambos em relação aos desvios de dinheiro
praticados na Divisão de Precatório do Tribunal de Justiça do RN. Com a
condenação, o desembargador Oswaldo Cruz foi aposentado compulsoriamente
e Rafael Godeiro, que já estava aposentado, teve sua aposentadoria por
idade convertida em compulsória, que é a punição máxima na esfera
administrativa.
Agora, sob a ótica criminal, foi publicada a sentença do Juízo da 6ª
vara Criminal de Natal, destacando que Osvaldo Soares da Cruz e Rafael
Godeiro Sobrinho “militaram com absoluta violação de deveres para com a
administração pública, desde que ostentando a condição privilegiada de
Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande
do Norte, predicativos que lhes facilitou sobremaneira os desvios do
dinheiro público destinado ao pagamento de precatórios”.
Peculato é o crime praticado por servidor público ao se apropriar de
dinheiro ou bens, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio. Já o
crime de lavagem de dinheiro se caracteriza por um conjunto de operações
comerciais ou financeiras que buscam ocultar ou dissimular a origem
ilícita de recursos.
Além deles, foram condenados em 2012, por sentença da 7ª vara
Criminal da capital, a ex-diretora da Divisão de Precatórios do TJRN
Carla de Paiva Ubarana Araújo Leal, e seu marido, George Luiz de Araújo
Leal Costa.
O trabalho teve início com um pedido formal feito pela presidente do
Tribunal de Justiça do RN, Judith Nunes, para que o Ministério Público
tomasse parte na investigação que havia se iniciado dentro do Tribunal.
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