ANÁLISE POLÍTICA POR DIÓGENES DANTAS

O deputado federal Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara dos Deputados, já decidiu que será candidato ao governo estadual. Não há mais dúvidas, me confidenciou ontem (18) uma fonte muito ligada ao parlamentar. A vontade venceu o medo - Henrique já perdeu duas eleições majoritárias para prefeito de Natal e treme só de pensar que pode ficar sem mandato. Mas ele criou coragem.
Henrique Alves vai disputar o governo ao lado de Wilma de Faria (PSB), postulante ao Senado da República. A líder do PSB também já tomou sua decisão.
Só falta o anúncio da aliança. Há rumores que a chapa poderá ser anunciada no dia 28 deste mês, mas uma viagem de Henrique ao exterior pode adiar o ato para meados de abril.
João Maia (PR) é um dos mais cotados para vice-governador, mas setores do PMDB defendem um nome que esteja sintonizado com os movimentos sociais e com os jovens que se manifestam nas ruas.
Os peemedebistas ainda não encontraram um nome que case com este perfil desejado. Se é que ele exista em algum dos partidos tradicionais ou da velha política.
Por enquanto, o vice mais falado é João Maia. O PDT está de olho na vice. O lugar já foi pensado para acolher Robinson Faria (PSD) em mais uma tentativa de demovê-lo da candidatura ao governo.
No caso do PDT, o prefeito Carlos Eduardo Alves já sinalizou que o partido tende a apoiar Henrique e Wilma. Esse apoio vale ouro neste momento. A vaga de vice pode ser uma boa recompensa aos pedetistas, que desejam fazer um deputado federal, o jornalista Sávio Hackradt.
Henrique e Wilma estão na fase do detalhamento da aliança. Já noticiei neste espaço que a vice-prefeita fez algumas exigências: em caso de vitória de Henrique para o governo, Wilma deseja ocupar três secretarias do governo com indicações do PSB, entre as quais, a Secretaria do Trabalho, Habitação e Ação Social (Sethas).
Além dos cargos no eventual governo do PMDB, Wilma exige de Henrique Alves algumas bases políticas para ajudar na reeleição da deputada estadual Márcia Maia (PSB), filha da ex-governadora, informou um político que acompanha de perto as negociações. Outra exigência de Wilma diz respeito ao financiamento da campanha majoritária, que deve ficar a cargo do PMDB.
Henrique Eduardo Alves concordou com tudo. Ele vai pagar o preço para ter Wilma de Faria como aliada. Melhor tê-la como aliada do que adversária, não é mesmo?
Para Henrique, Wilma era um problemão.

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