CIRO GOMES FOI ENTREVISTADO NA GLOBONEWS
Depois de perder o apoio do PSB por pressão do PT e ficar isolado politicamente, o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, atacou os petistas, na noite desta quarta-feira, em sabatina na Globonews.
Para ele, o partido estaria “ensaiando uma valsa na beira do abismo” ao insistir na pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
— A burocracia do PT não está pensando no país. Virou religião. Agora
o companheiro (João Pedro) Stédile (do MST) chamou seis companheiros
para fazer greve de fome. Tem romaria. Na minha opinião, isso é
caudilhismo do mais barato possível.
Apesar
de dizer que considera “injusta” a sentença que condenou Lula no
processo do tríplex, Ciro afirmou que “(Antonio) Palocci é réu confesso e
comandou a economia por oito anos".
O presidenciável disse ainda não saber o que fez para merecer essa “hostilidade” do PT:
— Apoiei o Lula todos os dias, sem faltar nenhum, ao longo de 16 anos.
Ciro reconheceu que a perda do PSB é um “revés”, mas disse que não
foi comunicado oficialmente da decisão e que ainda tem expectativa de
revertê-la:
— Não recebi nenhuma carta, nenhum sinal de fumaça, nenhuma mensagem.
Estou aguardando que se confirme isso. Se confirmar, é um revés, mas
não me abate nem me surpreende. Quando entrei nessa luta, sabia que era
um cabra marcado pra morrer.
O pré-candidato do PDT disse que negociou o apoio do "blocão" porque é
candidato a presidente da República, e não "a madre superiora do
convento", e que precisará desses partidos para governar, se for eleito.
O grupo, que acabou fechando acordo com Geraldo Alckmin (PSDB), reúne
partidos acusados de corrupção e com pecha de fisiológicos
Na sabatina, Ciro se comparou a Jesus Cristo para tentar justificar
seus arroubos verbais, embora tenha ressaltado ser "um reles pecador'.
— Quando Jesus viu os vendilhões enxovalhando o templo, tomou-se de uma indignação e a expressou.
Questionado sobre a explosão de violência e a guerra de facções no
Ceará, o presidenciável do PDT criticou a política de segurança
implantada por seu irmão, o ex-governador Cid Gomes:
— Sou muito frustrado com o que está acontecendo no Ceará de um tempo pra cá.
Esse tempo começa ainda no governo do meu irmão. É praticamente
pública a minha crítica e não é por falta de investimento. O problema é o
tradicionalismo do investimento. Aumentaram quase por três o efetivo da
Polícia Militar do Ceará, renovaram-se as estruturas de presídio
pesadamente, as delegacias.
Pelas tantas surge uma facção criminosa. Em cima disso nasce a flor
do lodo, uma fração de milícias na Polícia Militar, que meu irmão, em
vez de reprimir, deixou, por negócio de direitos humanos, e virou líder
político.
Hoje tem soldado vereador, cabo deputado federal, protegendo as milícias da polícia'.
NEY LOPES
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