RN: NEY LOPES ANALISA ÚLTIMAS PESQUISA
Do editor
Os institutos Consult (FM 98) e Seta (Blog do BG) divulgaram pesquisas no RN, neste início de semana.
Muito semelhantes os dois resultados, embora com discordâncias em alguns percentuais, na eleição de governador.
A senadora Fátima Bezerra mantém a sua posição, confirmada em pesquisas anteriores.
Carlos Eduardo cresce em uma das pesquisas e cai em outra, o que lhe
assegura posição de estabilidade, à espera de conquistar o voto do
eleitorado indeciso, que será decisivo.
A novidade foi o governador Robinson Faria evidenciar relativo
crescimento, embora tenha contra si os elevadíssimos percentuais de
rejeição pessoal e ao seu governo. Mesmo assim, está crescendo na
campanha, ninguém pode negar.
Quanto ao senado federal, as sondagens demonstram que o eleitor
disposto a não votar “nos atuais” detentores de mandatos, está
descarregando a sua preferencia no Capitão Stevenson, transformado em
verdadeiro fenômeno eleitoral.
Se mantida a tendência ao seu favor, e não ocorrendo “fato novo relevante que o desgaste”, certamente será um dos dois candidatos eleito para o Senado.
O percentual de 70% de indecisos, nulos e brancos na eleição do
Senado no RN, confirma a insatisfação do eleitorado com os nomes
apresentados.
Garibaldi Alves e Geraldo Melo acumulam um percentual mínimo, se
considerado o acervo eleitoral que ambos deveriam ter acumuladoi na
militância política passada.
Se analisados os percentuais atribuídos a Geraldo e Garibaldi, não há
previsão de favoritismo ou certeza de vitória, mesmo porque oscilam
pesquisa a pesquisa. Ambos não crescem o que se esperava, por serem
ex-governadores e ex-senadores.
Zenaide Maia, por outro lado, não consegue acompanhar o ritmo de
conquista do espaço eleitoral demonstrado por Fátima Bezerra. No mesmo
palanque majoritário, ela tem apenas cerca de um terço das preferencias
dadas à Fátima.
Caso até o final da campanha consiga acompanhar o crescimento de
Fátima (se for mantido), ela será fortíssima candidata para a segunda
vaga do Senado.
Nesse contexto de indefinições, o balanço das tendências
eleitorais nas eleições majoritárias do RN (senador e governador), até o
momento apuradas em pesquisas, permite as seguintes análises acerca de
perspectivas futuras.
A maior vantagem está sendo, até agora, do Capitão Stevenson,
no primeiro voto para o Senado. Cresce e mostra estabilidade. Em
verdade, isso ocorre, não por ele representar o “novo” (essa mensagem
não tem atraído o eleitor brasileiro), mas por ser um homem da segurança
pública, fator que inquieta a população numa forma nunca vista. Sem
apoiar Bolsonaro para a presidência, o capitão Stevenson está sendo uma
espécie de Bolsonaro potiguar, até agora.
Na eleição do Senado no RN percebe-se que faltou um “segundo nome”,
com maior penetração e confiabilidade no eleitorado, que seguisse os
níveis de ascensão do Capitão Stevenson.
Por tal motivo, o "segundo senador” está “embolado” entre Garibaldi, Zenaide e Geraldo e tudo poderá acontecer.
Fátima Bezerra tem “segurado” o percentual médio de 30% do
eleitorado, na disputa do governo estadual. Sem dúvida, uma vantagem.
Porém, conspira contra ela o anúncio da saída definitiva de Lula do
páreo presidencial, cujo nome detém mais de 40 por cento de preferencia
do eleitorado norte-rio-grandense. Fátima dependerá de Haddad suceder
Lula no eleitorado do PT, em razão da dúvida dos votos lulistas
pertencerem ao “PT”, ou “individualmente ao próprio Lula”.
Se Haddad somar os votos de Lula, ela tenderá a consolidar e
até ampliar a vantagem. Se não ocorrer, enfrentará riscos de queda, em
razão do “eleitor órfão” abster-se em protesto, ou, ser conquistado por
outros candidatos.
Carlos Eduardo, inegavelmente um nome com notória experiência para o
executivo, paga o ônus de “concessões” que fez para montar o seu
palanque. Ele, cuja vida foi de resistência e rebeldia, terminou
aceitando nomes que lhe foram impostos, sem considerar que os critérios
de escolha do eleitor na eleição de 2018, não serão os mesmos do
passado, pelo que se nota nas avaliações. Há até “ausências” de apoio e
solidariedade à Carlos Eduardo, de parte de candidatos que são de sua
coligação. Difícil explicar isso ao eleitorado.
Todavia, pela rejeição a Robinson e ao seu governo (salvo
mudanças) e o temor, em certa faixa de atuais indecisos, da volta do PT
ao governo, as perspectivas de conquista de votos futura está mais a
favor de Carlos Eduardo. Entretanto, essa é apenas uma hipótese, nunca
uma afirmação.
Outro elemento favorável à Carlos Eduardo é que se eleita Fátima, ela
seria adversária fortíssima do Presidente da República vitorioso. Isso
fará com o que o eleitor, possivelmente pondere que, sem ajuda do
governo federal, jamais o RN superará as suas dificuldades atuais. Tal
fator pode afastar, na reta final, votos para Fátima Bezerra.
Há cerca de um mês da votação do primeiro turno predominam inquietações e dúvidas.
Deus queira que, após a votação, elas não se transformem em pesadelo.
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