AVIÃO QUE TRAZIA O MARQUETEIRO JOÃO SANTANA QUASE BATE EM OUTRA AERONAVE
Um erro em uma manobra fez um avião da Polícia Federal quase bater em outra aeronave na manhã de terça-feira no aeroporto de Brasília. O episódio será investigado.
A aeronave, um King Air prefixo PR-BSI, deixava Brasília para buscar, no aeroporto de Guarulhos (Grande São Paulo), o marqueteiro João Santana, que desembarcou em um voo de carreira vindo da República Dominicana e foi preso ao chegar. De Guarulhos, Santana foi levado para Curitiba.
O piloto da PF havia recebido instrução do controle de tráfego aéreo para decolar e virar à direita, mas subiu e rumou à esquerda. Nesse momento, uma aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira) rumo a Vitória também estava decolando -o aeroporto de Brasília é o único no Brasil a permitir aproximações simultâneas.
O controlador então interveio para evitar a colisão: “Força Aérea, tráfego na posição de uma hora (…) curve imediatamente para rumo norte, a fim de evitar que essa aeronave… interrompa a subida agora”. O piloto do avião da FAB responde que havia visto o que se passou.
Em seguida, o controlador chama atenção do piloto da aeronave da Polícia Federal de que ele descumpriu procedimento. “A sua decolagem deveria ter iniciado curva à direita. Suba agora para o nível 270 [27 mil pés, ou 8.229 metros].
O piloto da PF se limita, então, a repetir que atenderá que seguirá a determinação do controlador.
INVESTIGAÇÃO
Segundo a Força Aérea, a apuração inicial aponta que a aeronave da Polícia Federal infringiu o tráfego aéreo. “Ela deveria manter a reta de decolagem e fazer curva à direita após atingir cerca de 200 metros de altura, mas curvou à esquerda. A aeronave da FAB, por sua vez, deveria seguir reto.”
“Durante toda a ocorrência, os pilotos da FAB mantiveram contato visual com a outra aeronave e o controle de tráfego aéreo tomou as ações necessárias para corrigir o procedimento e permitir que os voos seguissem normalmente para seus destinos”, informa nota da Força Aérea.
A investigação irá apurar se houve desobediência às normas aeronáuticas. Se isso for confirmado, o processo será encaminhado à Junta de Julgamento da Aeronáutica, que poderá aplicar sanções administrativas, diz a FAB.
A Polícia Federal disse que determinou apuração interna e que apoiará a investigação da FAB.
Folha Press
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