RN: JORNALISTA ANALISA CRISE
César Santos, colunista do Jornal de Fato, de Mossoró, RN
O último ato de Wilma de Faria no cargo de governadora do Rio Grande do Norte foi a assinatura sancionando 14 planos de cargos, carreiras e salários das mais diversas categorias de servidores públicos.
A bondade daria o discurso nas eleições de 2010, mas não foi o suficiente para a ex-governadora se eleger senadora da República.
Quando Wilma caminhou o Estado em busca do voto, os PCCs não tinham sido implantados, porque ela transferiu a responsabilidade para o governo seguinte.
Sem efeito no bolso do servidor, os planos pouco ajudaram à ex-governadora na cata do voto.
De resto, sobrou a batata quente para o governo seguinte.
Os 14 planos foram criados sem previsão orçamentária e sem perspectiva de elevação de receita para respaldar a sua implantação dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
O problema caiu no colo de Rosalba Ciarlini, governadora eleita em 2010.
Logo no primeiro ano de gestão, em 2011, os sindicatos de servidores públicos, controlados pelo PT, avançaram a luta pela implantação dos PCCs, iniciando greves e protestos de toda ordem.
Pouco adiantou o argumento de que os planos foram criados de forma inconsequente, que não havia previsão em orçamento e que o Estado não suportaria promover 14 planos de cargos, carreiras e salários.
Rosalba resistiu no primeiro momento e acabou atendendo aos poucos.
Algumas categorias, como a de professores, alcançaram um patamar de conquistas nunca antes vista, com reajuste salarial chegando a 96%, além de ter atendidas demandas represadas desde 2006.
Paralelamente, Rosalba levou a termo um rigoroso plano de ajuste fiscal, com objetivo de tornar o Estado apto a receber a maior operação financeira de sua história junto ao Banco Mundial, no valor de 540 milhões de dólares, que deu vida ao programa RN Sustentável, hoje batizado de Governo Cidadão.
Para fazer isso, Rosalba mexeu com um vespeiro, porque teve de podar as árvores frondosas dos poderes, e sofreu ataques de toda ordem.
Quem não se lembra que ela chegou a ter o mandato cassado pela Justiça Eleitoral devido as eleições de Mossoró, quando o cargo que exercia não estava em disputa?
Um monstrengo patrocinado pelo TRE-RN.
Rosalba concluiu o governo com enorme desgaste, embora tenha deixado o Estado equilibrado e com as contas em dia.
Hoje, diante do desastre da gestão Robinson Faria, ganha a sua redenção.
Pelo povo do RN.
NEY LOPES
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