LITERATURA DE CORDEL: O ELEITOR PIDÃO


O Eleitor Pidão

O poeta está de volta
Em clima de eleição,
Contando em verso e rima
A vida de um cidadão,
Se destaca no momento
Falo do eleitor pidão.

Eleições para o pidão
Com certeza é um Céu,
Ele pede ao candidato
Até mesmo o seu chapéu,
Sendo hoje retratado
Pelo poeta em cordel.
Ele começa a pedir
Quando amanhece o dia,
Até mesmo uma de cana
Ele pede com alegria,
Se precisar pinta a cara
Para cair na folia.

Mesmo sem estar doente
Recebe e toma injeção,
Recebe até Sonrisal
Vive de receita na mão,
Monta farmácia em casa
Pois é um eleitor pidão.

Mesmo sem ter bicicleta
Adora pedir um pneu,
Mesmo sem ter uma moto
andamento alguém deu,
O importante é pedir
Pois é o destino seu.  
Esse eleitor pidão
Não sabe em quem votar,
Pois pede a todo mundo
Não escolhe o lugar,
E pula na passeata
Do primeiro que ganhar.
E quando entra num bar
Logo cisma de beber,
Quando avista candidato
Encosta pra aborrecer,
Prometendo votar nele
Se algo lhe prometer.

No momento uma de cana
Na guela já desceu,
E o melhor tira gosto
Com certeza já comeu,
candidato não diz
Mas já se aborreceu. 
Esse pidão é a chave
De porta de vereador,
Pois só vive aperriando
O futuro legislador,
Quem entra nessa já sabe
Que será um sofredor.

pidão pede o terreno
A quem está na gestão,
prefeito às vezes dá
Pra se livrar do pidão,
Em seguida ele pede
Material de construção.

A um pede o tijolo
Pois a areia já pediu,
A outro pede o cimento
Pois o voto garantiu,
Isso é só o começo
Desse pidão do Brasil.   
Pede a cal e a madeira
porta e a janela,
Pede o vaso sanitário
E pro chiqueiro a tela,
Pede fio pra energia
E pra cozinha a panela.

Muitos sem ter o terreno
Pedem material de construção,
Muitos sem ter uma moto
Pedem conserto e revisão,
Muitos sem possuir título
Ainda são eleitor pidão.

Tem eleitor de vista boa
Que par de óculos já pediu,
Tem eleitor vendendo saúde
Que a consulta conseguiu,
Isso é mania de pidão
Que esse poeta já viu. 
candidato mesmo em casa
Lhe falta Paz pra comer,
Pois aparece o pidão
Querendo se abastecer,
Até mesmo no seu prato
Esse pidão quer lamber.

Destampa logo a panela
Toma conta do fogão,
Se apudera da geladeira
Parece ser o mandão,
Coitado do candidato
Nas mãos do eleitor pidão.

Lembrando que logo cedo
Ele toma seu café,
voto já prometeu
Mas não larga do seu pé,
Ele pede até santo
Testando a sua fé. 
Mas o maior aperreio
É no dia da eleição,
Dizem que corre dinheiro
Falam até em milhão,
Nesse dia é o paraíso
Para o eleitor pidão.

Logo cedo ele aborda
O primeiro por real,
Em seguida no segundo
Ele dá o bote fatal,
Isso é só o começo
Pra esse artista genial.

E durante todo o dia
Está agindo o pidão,
No bolso tá o real
Em casa alimentação,
E muitas vezes seu título
Tá cancelado nessa eleição
urna está fechada
O resultado já vem,
Pra um lado alegria
Passeata logo tem,
E no meio tá pulando
O nosso pidão também.

Esse tipo de eleitor
Pede boné e chapéu,
Até mesmo em colméia
Ele para e pede o mel,
Tomara que ele não venha
Me pedir esse cordel.

Não se sabe em quem votou
O tal do eleitor pidão,
Que hoje foi retratado
Através da inspiração,
Do poeta Flávio Dantas
O Poeta do Povão.  

Por Flávio Dantas/O Poeta do Povão, Jaçanã-RN, Email:flaviodantas35@yahoo.com, Blog:flaviodantasrn.blogspot.com, Tel:(84)  8841.9854 (84) 9643.9682
          O poeta nasceu na cidade de Campina Grande-PB, em 09/10/63,sendo filho de Edmundo Dantas e de Severina Medeiros, é casado com Lucicléa e tem um filho chamado Arthur. Sempre gostou de escrever em forma de poesias, mas, só a partir de 2002 é que começou a guardar seus trabalhos, ultrapassando hoje, mil e cem escritos. Esse é o de nº 295 impresso em cordel. Esse cordel foi escrito para ser recitado e vendido nesta eleição, onde o poeta tenta levar humor através da realidade.




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