POLÍTICA: COMENTÁRIO DE DIÓGENES DANTAS
Wilma de Faria já engabelou Henrique Eduardo Alves em várias ocasiões. Eu lembro de pelo menos: em 1992 quando ela lançou o "poste" Aldo Tinôco para prefeito de Natal e em 2002 quando ela própria saiu candidata ao governo depois de 'cozinhar' Henrique durante quase todo o mandato do então governador Garibaldi Filho.
Agora, em 2014, Wilma pode estar urdindo uma nova situação para engabelar novamente Henrique Eduardo Alves.
Wilma tem jogado duplo nessa fase pré-eleitoral. Ela diz que pode ser candidata ao Senado e também fala em disputar o governo.
Wilma quer o sossego do Senado, mas pode ser obrigada a disputar o governo. Este é o desejo do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, candidato à presidência da República pelo PSB.
Wilma tem dito que Eduardo dá liberdade para que o PSB potiguar escolha seu caminho, independente do palanque nacional. Não é bem assim. As últimas notícias dão conta que emissários do governador pernambucano têm pressionado Wilma a disputar o governo. Ela ainda analisa o quadro.
Não é à toa que Wilma gosta de ser chamada de Guerreira. Ela adora mandar. Tem afinidade com o Executivo.
Apesar da coragem que sempre demonstrou em sua carreira política, ela anda com medo de perder mais uma eleição majoritária. Até hoje ela não engoliu direito a derrota que sofreu para o Senado na última eleição, perdendo para José Agripino e Garibaldi Filho.
Na eleição de outubro, ela pretende reduzir os riscos de derrota. Por isso anda com medo de enfrentar Fátima Bezerra no confronto do Senado e teme disputar com Garibaldi Filho se optar pelo governo.
Se o ministro Garibaldi Filho (Previdência) não se desincompatibilizar no dia 8 de abril, seis meses antes do pleito, como manda a lei eleitoral, Wilma engrossa o pescoço para exigir o que quiser do PMDB. E a vaga do Senado fica à disposição dela.
Mas Wilma já avisou que não vai disputar o Senado contra Fátima Bezerra. Ela mandou Henrique resolver o problema com o PT.
Com Fátima na disputa pelo Senado, Wilma já ameaçou Henrique de disputar o governo. E sem Garibaldi pela frente, Wilma não tem medo de concorrer contra Fernando Bezerra ou contra Henrique Eduardo Alves, que dá a impressão de armar o jogo eleitoral em favor dele próprio.
Portanto, a data de 8 de abril, prazo final das desincompatibilizações, é crucial para Henrique Eduardo e para Wilma de Faria.
Na última reunião do PMDB e PT, na sexta-feira passada, alguém lembrou a Henrique o risco de Wilma disputar o governo contra ele ou Fernando Bezerra.
O presidente da Câmara dos Deputados não pensou duas vezes e falou na frente de Garibaldi:
- Aí a gente lança Garibaldi para o governo.
O ministro ficou apenas escutando a conversa.
Anote aí no seu calendário: 8 de abril, data final da desincompatibilzação.
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