COLUNA DO JORNALISTA TÚLIO LEMOS DO JORNAL DE HOJE
O titular desta coluna afirmou na edição desta sexta-feira do JH a importância de se falar a verdade na campanha, inclusive, usando o histórico do adversário como arma. Concordo totalmente. Não com o ataque pessoal, com a campanha em baixo nível. Mas sim com falar a verdade e lembrar ao eleitor, muitas vezes esquecido ou enganado pelo marketing atual, do que aconteceu num passado bem recente.
ATAQUE II
E digo mais: Fátima perde uma boa chance de avançar e superar Wilma por abrir mão dessa arma, talvez a mais forte que se pode ter contra a ex-governadora, marcada por uma série de escândalos durante suas gestões estadual e municipal. Fátima, além de um discurso propósitivo, precisa ser mais contundente nas declarações. Até porque ela tem uma fala suficientemente articulada para isso.
PESQUISAS
O curioso é que políticos experientes preferem esquecer tudo que aconteceu nas eleições anteriores (e até no que eles fizeram em outras disputas) e confiam, cegamente, quando as pesquisas eleitorais dizem que não é vantagem falar do adversário. Ora: o histórico comprova que cresce, que se destaca, aquele que parte para o ataque. Foi assim com Hermano e Mineiro em 2012. Foi assim com Rosalba em 2010. Foi assim com Micarla em 2008. Foi assim com Wilma em 2006.
MEMÓRIA
Afinal, lembremos: o que fez Fátima crescer politicamente e entrar para a história como a primeira deputada federal de origem humilde, como ela disse esta semana, foi justamente o discurso forte e contrário aos desmandos de Wilma. Foi quando ela assumiu o perfil “paz e amor”, aceitando, inclusive, Wilma no palanque, que ela sofreu a maior derrota de sua vida, em 2008.
QUE NÃO FAZ…
E o curioso disso é que, se não é atacada por Fátima, Wilma resolve atacar e faz uma mescla perfeita, apesar da falta de matéria prima produzida pela adversária (ou seja, escândalos e fatos a se envergonhar), entre o ataque e a campanha propositiva. Relembra o Mensalão do PT e da inexperiência da petista no Executivo. E boa parte do povo acredita, talvez porque não saiba exatamente o que é um senador faz. Fátima teria mais conteúdo tanto de trabalho no legislativo, quanto de escândalos da adversária, para falar dela.
DIFERENTE
Citei Fátima e Wilma porque é o caso onde a situação está mais clara. Apesar de Henrique Alves ter também aprontado bastante durante a carreira política, ele contou com a conivência de parte da imprensa local para não divulgar o que fez de negativo. Com isso, muitos casos acabaram nem chegando ao conhecimento do grande público. Diferente disso, os escândalos de Wilma são conhecidos por todos. Não há quem não lembre do Foliaduto, Higia, Sinal Fechado, Ouro Negro, Foliatur, Ponte de Todos…
CAMPANHA
Por sinal, as campanhas estão bem frias até o momento. Qualquer movimentação com mais de 100 pessoas é considerada um sucesso. Não era para menos: o trato dos candidatos não está sendo (pelo menos até agora) com o povo, e sim com os líderes políticos. A disputa é por quem consegue mais lideranças. O “eleitor comum” está totalmente fora da campanha por enquanto. E talvez fique assim até o dia 4 de outubro.
É OU NÃO É?
Diante de todo esse entra e sai de José Adécio e Dibson Nasser, a pergunta que fica é: o tucano é ou não candidato? No Divulga Cand 2014, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele aparece como candidato aguardando o registro de candidatura. Há, porém, a condenação que ele sofreu no TRE e que o tornaria inelegível por oito anos. A sentença havia sido anulada pela mesma decisão que permitiu a volta dele para a Assembleia. Agora, fica novamente válida….
LIBERADO
Por falar em situação complicada, outro caso nos mostra o quanto a nossa legislação eleitoral ainda precisa evoluir: Gilson Moura, afastado da Assembleia por envolvimento em uma série de escândalos, será candidato a reeleição. Não há contestamentos a candidatura dele. A ficha de Gilson, apesar das várias denúncias (e provas, segundo o Ministério Público Federal), segue limpa, sem condenações em primeira ou segunda instâncias.
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