JORNALISTA TÚLIO LEMOS ANALISA PESQUISA DA CONSULT

Um mês após as convenções, com candidatos já em campanha, a Consult realiza mais uma pesquisa. A revelação fica por conta do altíssimo número de eleitores sem candidato no levantamento espontâneo. Estamos a pouco mais de dois meses para o dia da eleição e temos 84% do eleitorado sem candidato a governador e 74% também não tem candidato ao Senado.
INDEFINIÇÃO
Os números mostram que há total indefinição do pleito majoritário deste ano. Não há vantagens definitivas ou situações consolidadas; a campanha no rádio e na TV é que poderá desenhar um quadro mais nítido da preferência do eleitor potiguar.
QUEDA
O que mais impressiona na pesquisa, além do alto número de indecisos, é o fato do deputado Henrique Alves comandante do acordão com cerca de 20 partidos e mais de uma centena de prefeitos, quase a totalidade dos deputados estaduais e dos vereadores de Natal, não ter conseguido crescer nada. Pelo contrário. O candidato do PMDB caiu em relação à pesquisa anterior.
REALIDADE
A cúpula do acordão sabe que a suposta vantagem numérica de Henrique sobre Robinson Faria é irreal e aponta para uma inquestionável derrota do superpalanque. Afinal, em junho, Henrique tinha 38,24% e agora ficou com 37,06%. Ou seja: com um mês de campanha e um festival de adesões, a candidatura de Henrique perdeu pontos percentuais ao invés de crescer.
PESO
Qualquer candidato que estivesse com um agrupamento de forças como esse de Henrique, teria a obrigação de disparar na preferência do eleitor. Porém, contrariando todas as expectativas possíveis, Henrique ganha apoios em todas as regiões e perde votos. É a confirmação do peso que carrega o acordão.
GORDURA
Para Henrique ter tranqüilidade quando a propaganda no rádio e na TV começar, seria necessário que ele tivesse ‘gordura’ para queimar durante esse período. Em breve comparação, podemos citar que Rosalba Ciarlini, nessa mesma época, tinha 63% de intenção de votos e quase Iberê leva a eleição para o segundo turno. A mulher de Carlos Augusto terminou o pleito com 52%.
TRANSFERÊNCIA
Os números da Consult também reforçam a tese de que está cada vez mais difícil transferir votos. Apesar de contar com toda a estrutura político-partidária inigualável, Henrique não conseguiu fazer com que os prefeitos e lideranças, especialmente no interior, transferissem votos para a candidatura dele. Ou seja: o que já havíamos dito, que a liderança vai, mas não leva o eleitor.
CRESCIMENTO
O principal adversário de Henrique, Robinson Faria, em comparação com levantamento de junho, também caiu; menos do que o candidato do PMDB, mas caiu. O pai de Fábio não conseguiu capitalizar o voto do eleitor que decidiu não votar em Henrique. Precisa reagir e intensificar o trabalho de corpo a corpo nas maiores cidades. Do contrário, mesmo Henrique sendo pesado, poderá ganhar a eleição por absoluta inércia de seu adversário.
SENADO
A disputa pela única cadeira de senador, também inspira cuidados para a favorita, ex-governadora Wilma de Faria. Além de alta rejeição na cidade que administrou, Wilma também não conseguiu uma dianteira folgada, que lhe proporcionasse tranqüilidade para o início dos programas na TV e no rádio.
DESGASTE
O problema para Wilma é que a campanha de fato ainda começou e a exumação de escândalos em sua gestão poderá lhe tirar pontos importantes no eleitorado, provocando-lhe um desgaste perigoso. Na comparação entre as duas pesquisas, Fátima cresce e Wilma cai. São percentuais pequenos, mas significa que Wilma também não foi beneficiada pelo acordão e o apoio de centenas de lideranças e vários partidos.

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