NEY LOPES ANALISA A ENTREVISTA DE LULA
Ontem, 25, em sabatina no Jornal Nacional, o ex-presidente Lula superou a audiência de Ciro Gomes, mas não a de Bolsonaro (média de 31.4 pontos em SP).
A empresa de Consultoria e Pesquisa “Quaest” mediu 48% de menções positivas a Lula, contra 52% de menções negativas, considerando todo o período da entrevista.
Bolsonaro alcançou 35% favoráveis e Ciro 54%. A campanha de Bolsonaro avaliou que Lula saiu-se bem no vídeo e derrapou ao falar sobre agronegócio e a lista tríplice para nomeação do procurador geral da República.
O momento mais significativo da entrevista foi a intenção de parceria com Geraldo Alckmin.
Lula deu “recado” aos indecisos para liquidar a disputa já no primeiro turno, sobretudo a classe média, de que fará governo a quatro mãos, tendo seu lado um conservador tradicional, que se transformou em seu amigo de infância.
Repete o que fez com o empresário José Alencar.
Passou a mensagem do diálogo com divergentes e que adversários não são inimigos.
Surpreendeu ao criticar à China e Cuba pela falta de democracia e a certos erros econômicos cometidos por Dilma Rousseff.
“Pisou na bola” ao mencionar que não deve “se meter” no que acontece na Venezuela, em nome da autodeterminação dos povos.
Mais uma vez deixou de criticar a ditadura venezuelana, cujo líder Nicolás Maduro, já se referiu a ele como “um pai”.
Na política externa, embora em campos opostos, observam-se semelhanças de comportamentos entre Lula e Bolsonaro.
O presidente é acusado de estimular tentativas de golpe no país, através de pronunciamentos intempestivos e agressivos, sobretudo desestabilizando os poderes constitucionais.
O petista, que se diz democrático, não deixa claro que repele regimes autoritários e que condena os brutais crimes cometidos por tiranos como Fidel, Maduro e Ortega – tratados com deferência e simpatia por ele e seu partido.
Na verdade, duas posições que põem em risco a democracia.
Cabe destacar, que o apresentador William Bonner comentou que, apesar de Lula não “dever nada à Justiça” após decisões do STF (ele ainda responde 9 processos penais), “houve corrupção na Petrobras”, cuja prova foram pagamentos a executivos da empresa, a políticos de partidos como o PT, MDB e PP.
Em seguida, perguntou com ele evitaria que isso acontecesse novamente.
O candidato disse: “você não pode dizer que não houve corrupção se as pessoas confessaram (os crimes) ”.
Afirmou ser defensor de denúncias à corrupção e do livre agir das instituições de controle e que indicará pessoas técnicas e ilibadas para os postos públicos.
Aproveitou para agradecer a oportunidade da entrevista, afirmando que durante cinco anos fui massacrado.
Mencionou as medidas do seu governo de combate à corrupção, como a criação do “Portal da Transparência, das leis de Acesso à Informação, contra o crime organizado, contra a lavagem de dinheiro e a AGU contra a corrupção.
Sobre o “mensalão”, descoberto em 2005, declarou: “Se alguém comete erro ou delito, investiga-se, apura, julga, condena ou absolve, e está resolvido o problema. Foi isso que fizemos”.
Acerca do governo Bolsonaro referiu-se poucas vezes.
A forma mais contundente ocorreu em relação ao Orçamento secreto, ao dizer que o presidente “não manda e é subordinado a Artur Lira.
Chamou Bolsonaro de bobo da corte.
Na mensagem final repetiu o que defende Ciro Gomes, de ajudar as famílias endividadas, um dos lemas do pedetista.
Em conclusão, igualmente a Bolsonaro e Ciro, o ex-presidente saiu-se bem na entrevista.
O jogo começa e a plateia está atenta!
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