DELEGADO FEDERAL PROVA SUA INOCÊNCIA NO CASO QUE REPERCUTIU NACIONALMENTE
Divulgação
Erick Carvalho de Medeiros, advogado do corregedor Agostinho
Cascardo: "Meu cliente não sofreu nenhuma sanção, porque foi comprovado
que o noticiado não ocorreu"
Há alguns anos, viralizou na internet a história de uma servidora
da Polícia Federal no estado de Roraima que teria sido demitida e
autuada em flagrante após supostamente furtar um chocolate da mesa do
delegado corregedor Agostinho Cascardo. Algumas versões da história
davam conta até de que a funcionária havia recebido voz de prisão por
parte do policial. Mas era mentira.
O que de fato ocorreu?
Em setembro de 2015, câmeras de segurança instaladas na
Superintendência Regional da Polícia Federal em Roraima gravaram uma
funcionária terceirizada que atuava nos serviços de limpeza do órgão
pegando um chocolate numa mesa de café localizada ao lado da do
delegado.
Cascardo considerou o ato uma quebra de confiança e o notificou a
Administração da Polícia Federal. O envolvimento do corregedor nessa
história acabaria aí. Mas uma série de versões diferentes sobre o fato
repercutiu na rede, principalmente nas redes sociais e no Whatsapp, de
formas bastante distorcidas, levando o corregedor ao centro de uma
confusão que lhe tornou alvo de uma investigação do Ministério Público
Federal.
Alguns dias depois do ocorrido na delegacia, surgiriam nas redes
sociais publicações dando conta de que Cascardo deteve a funcionária
para interrogatório, determinou abertura de inquérito para investigar o
caso e solicitou à empresa responsável pela funcionária em questão que a
demitisse.
Mas um Procedimento Investigatório aberto pelo Ministério Público
Federal para apurar o caso constatou, com base em depoimentos dos
envolvidos e documentos da própria Superintendência, que nada disso
aconteceu, recomendando assim o arquivamento do processo.
Nenhum inquérito foi aberto e a funcionária não foi autuada, apenas
participou de uma oitiva -- conduzida por outro delegado -- para
registrar o fato em âmbito administrativo.
Em depoimento ao Ministério Público Federal, a própria funcionária
que aparece nas câmeras pegando o chocolate afirma que não foi
interrogada ou mesmo abordada pelo delegado Agostinho Cascardo. Ela
afirma que foi convocada e ouvida por outro delegado. E documentos
reunidos pelo MPF mostram que mesmo nessa oitiva não houve nada além de
uma averiguação padrão.
Representantes da empresa terceirizada responsável pela funcionária
também declararam ao Ministério Público Federal não terem recebido de
Cascardo solicitação para demitir a funcionária, apenas o pedido de que
ela fosse substituída.
Consequências
Apesar de não ter sofrido punição ou qualquer censura disciplinar,
Agostinho Cascardo precisou constituir defesa contra as versões da
história que o acusavam de abuso de poder. "Foi acusado falsamente de
fato que é definido como crime, tanto que o MPF instaurou um
Procedimento Investigatório Criminal para apuração dos fatos", explica
Erick Carvalho de Medeiros, advogado do corregedor.
"A Corregedoria-Geral da Polícia Federal também investigou
disciplinarmente a questão e concluiu o mesmo que o MPF. Meu cliente não
sofreu nenhuma sanção, porque foi comprovado que o noticiado não
ocorreu", relata o advogado.
Segundo Erick Medeiros, a acusação contra Cascardo surgiu em boatos
de WhatsApp que viralizaram e chegaram aos veículos de comunicação. "Não
havia e não há nenhum documento que ateste o que está nas notícias.
Muito pelo contrário, tudo comprova que o que é narrado jamais
aconteceu", conta o advogado Erick Medeiros.
"O fato causou danos terríveis ao meu cliente", protesta o advogado.
"Infelizmente uma parte da imprensa está empenhada em publicar aquilo
que o leitor quer ler e não a verdade. As pessoas querem ler sobre
delegados abusando de sua autoridade, sobre juízes obtendo privilégios,
seja isso verdade ou não. É o mesmo princípio de uma fake news, que é
compartilhada e lida porque as pessoas querem acreditar naquilo",
conclui assim o Dr Erick Medeiros.
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