O América Futebol Clube ingressou na Justiça contra o Grupo Hipe, pedindo o afastamento imediato dos dirigentes ligados à empresa da gestão da Sociedade Anônima de Futebol (SAF). A ação foi ajuizada na Vara Cível de Natal e, segundo o clube, trata-se de “um dos, senão o maior escândalo financeiro de uma constituição de SAF no Brasil”. A informação foi publicada pelo portal 96 FM em 10 de setembro de 2025.
De acordo com a denúncia, entre abril e setembro de 2023, o Grupo Hipe — por meio das empresas Hipe Participações, Hipe Capital e do empresário Pedro Weber — passou a tomar decisões estratégicas e financeiras no departamento de futebol do América antes mesmo da formalização da SAF, sem respaldo contábil ou autorização do Conselho Deliberativo.
As acusações incluem movimentações financeiras de quase R$ 1 milhão entre contas ligadas ao Grupo e ao clube, sem notas fiscais, contratos ou recibos. Além disso, o salário médio da folha de pagamento teria saltado de R$ 392 mil para R$ 703 mil mensais, com contratações e rescisões que geraram mais de R$ 500 mil em multas e potenciais R$ 3,5 milhões em ações trabalhistas.
Outro ponto polêmico é o chamado “Caso Peiter”. O analista da XP Investimentos, Luiz Eduardo Peiter, inicialmente avaliou o valor do futebol do América em até R$ 42,8 milhões, mas reduziu drasticamente para R$ 17,6 milhões apenas uma semana depois — justamente na véspera da votação que aprovou a venda da SAF. O clube alega que o profissional seria acionista da Hipe Participações, o que configuraria conflito de interesses e teria beneficiado o grupo na aquisição de 80% da SAF por um valor muito abaixo do real.
No processo, os advogados do América pedem:
- o afastamento imediato dos dirigentes ligados à Hipe;
- a suspensão dos direitos políticos da empresa como acionista majoritária;
- a quebra de sigilo bancário dos envolvidos;
- e o reconhecimento judicial de que existiu uma “sociedade de fato” entre abril e setembro de 2023, responsabilizando os réus pelos prejuízos.
Se a liminar for concedida, o controle da SAF passaria novamente às mãos de representantes da associação, que administra o clube, até o julgamento final da ação.
Fonte: 96 FM
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