O "DIA DO FOGO"
Por Robson Pires, em
O “Dia do Fogo”, que provocou o recorde de queimadas
em Novo Progresso e Altamira, no Pará, nasceu dentro do grupo “Jornal A
Voz da Verdade”, no aplicativo Whatsapp, segundo apurou a Revista Globo Rural.
O grupo tem 246 participantes ativos entre produtores rurais,
grileiros, sindicalistas e comerciantes do município de Novo Progresso.
Desses, 70 aprovaram os planos do “Dia do Fogo”. Esses 70 formaram outro
grupo, criado pelo comerciante Ricardo De Nadai, batizado de “SERTÃO”,
uma alusão ao nome de seu estabelecimento comercial (a loja Sertão
Agropecuária). O novo grupo ganhou mais 10 membros e fechou com cerca de
80.
O principal objetivo deste segundo grupo (SERTÃO) era incendiar, no
dia 10 de agosto, áreas de matas e terras devolutas, fazendo o fogo
avançar sobre a Floresta Nacional do Jamanxim, uma reserva de 1,3 milhão
de hectares conhecida pela sua rica biodiversidade. A ideia era
alcançar a Terra do Meio, área de conflitos agrários na Amazônia.
No dia 10 de agosto, o “Dia do Fogo”, motoqueiros contratados pelo
grupo circularam pelos distritos localizados às margens da BR-163
ateando fogo no capim seco dos acostamentos. Nessa época de seca, a
vegetação das margens é combustível fácil. As chamas chegaram a
interromper o trafego da rodovia em vários trechos.
O fogo se alastrou queimando cercas e ameaçando atingir as moradias.
Todos que estavam em suas casas nas vilas ao redor da BR naquele dia
avistaram esses homens de capacete ateando fogo. O crime foi realizado
também no município vizinho de Altamira, recordista de desmatamento e
queimadas do Brasil neste ano, e se estendeu até ao Distrito de
Cachoeira da Serra.
Fonte: Globo Rural
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