CORONAVÍRUS: ANVISA REPROVOU A IMPORTAÇÃO DA VACINA SPUTNIK V

 Gerentes da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reprovaram nesta segunda-feira (26) a importação da vacina russa Sputnik V ao Brasil. Os técnicos do órgão apontaram a falta de documentação e possíveis riscos à saúde como alguns dos motivos que os levaram a rejeitar a vacina por enquanto.

Os relatórios técnicos servem para embasar a decisão da diretoria colegiada da Anvisa.

Cinco diretores vão votar ainda nesta segunda. São eles que dão a palavra final sobre a aprovação ou não da importação do imunizante russo.

O colegiado se reuniu extraordinariamente para cumprir decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski, que concedeu um prazo de 30 dias para que a agência reguladora decidisse sobre o uso do imunizante. A Anvisa chegou a recorrer do prazo, que venceria nesta semana, mas o ministro indeferiu o pedido nesta segunda.

Possíveis riscos

O gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes, informou que a Sputnik V pode ser prejudicial à saúde humana. Isso porque a vacina usa um tipo de vírus que naturalmente se replica. “Isso significa que o vírus que deve ser utilizado apenas para carregar material genético do coronavírus para as células humanas e, assim, promover a resposta imune, ele mesmo se replica, e isso é uma não conformidade grave”, disse.

“Primeiro grande problema é que este procedimento está em desacordo com o desenvolvimento de qualquer vacina de vetor viral”, acrescentou.

“O que nós percebemos é uma falha na estratégia do controle de qualidade. A empresa não demonstrou que controla de forma eficiente os processos para controlar outros vírus contaminantes também”, disse Gustavo Mendes.

Segundo a própria Anvisa, até o momento, 14 estados e duas prefeituras enviaram “pedidos de importação da vacina Sputnik V” à agência. São elesAcre (AC), Alagoas (AL), Amapá (AM), Bahia (BA), Ceará (CE), Maranhão (MA), Mato Grosso (MS), Pará (PA), Pernambuco (PE), Piauí (PI), Rio Grande do Norte (RN), Rondônia (RO), Sergipe (SE) e Tocantins (TO), e os municípios de Maricá (RJ) e Niterói (RJ).

Robson Pires 

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