POLÍCIA FEDERAL DETALHA CLONAGEM DE APLICATIVOS DE AUTORIDADES

Globo
À Polícia Federal, Delgatti detalha clonagem de aplicativo de autoridades.
Em depoimento no qual relatou à Polícia Federal a seqüência de invasões de aplicativos que o levou a obter conversas de autoridades da Operação Lava-Jato, Walter Delgatti Neto disse que a ex-deputada Manuela D'Ávila (PC do B) foi quem intermediou a entrega do material ao jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept. A informação, revelada pela GloboNews, foi confirmada por Manuela. Delgatti nega ter recebido dinheiro.
A prisão temporária dos quatro suspeitos do hackeamento foi prorrogada.
ESTADO
Ex-deputada afirma que foi procurada em maio, após ter Telegram invadido; suspeito teve prisão prorrogada.
Walter Delgatti Neto, um dos supostos hackers presos pela captura ilegal de conversas de autoridades, disse em depoimento à PF que chegou ao jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept, por meio da ex-deputada federal e ex-candidata na chapa de Fernando Haddad à Presidência, Manuela D’Ávila (PC do B). Ela confirma que o hacker entrou em contato depois de invadir sua conta no Telegram. Delgatti afirmou aos policiais que se comunicou com Manuela em 12 de maio, dizendo que tinha “o acervo de conversas do Ministério Público Federal contendo irregularidades”, e pediu o número de Greenwald “por saber de sua atuação no caso Snowden”.
Segundo o suposto hacker, o jornalista o procurou pouco depois, também via Telegram, e disse que tinha interesse no material. As primeiras conversas capturadas foram divulgadas pelo site em 9 de junho. Delgatti ainda afirmou que não editou o conteúdo das mensagens. Ontem, o suposto hacker teve a prisão temporária prorrogada por cinco dias.
FOLHA
Manuela d'Ávila fez ponte com Intercept, relata supeito; ex-deputada confirma.
Walter Delgatti Neto, um dos presos sob suspeita de ter hackeado celulares de autoridades, afirmou à Polícia Federal que não editou os diálogos de integrantes da Lava Jato antes de repassá-las ao site The Intercept Brasil.
Delgatti relatou que obteve o número da ex-deputada Manuela d'Ávila (PC do B) e lhe telefonou pedindo o celular de Glenn Greenwald, editor do Intercept. Ela teria desconfiado de início, mas depois repassou o contato.
Manuela confirmou a versão. Em nota, disse que o suspeito, semse identificar, “afirmou que queria divulgar o material (...) para o bem do país”. Pela lei, ela não pode ser punida por ter deixado de denunciar o caso.
A PF vê contradições no depoimento de Delgatti e vai ouvi-lo de novo. Ele limitou suas ações a pouco mais de dez pessoas públicas, mas há evidências de tentativas de invasão contra cerca de mil alvos.

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