POLÍCIA PRENDE SUSPEITO DA MORTE DE MARIELLE
Por Robson Pires, em
A Delegacia de
Homicídios (DH) da Capital prendeu na manhã desta terça-feira o sargento
reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa, de 48 anos, por envolvimento
no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista
Anderson Gomes. O policial teve a prisão preventiva decretada pelo
juiz-substituto do 4º Tribunal do Júri Guilherme Schilling Pollo Duarte,
após denúncia do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime
Organizado (Gaeco) do MPRJ. Também foi preso o ex-PM conhecido como
Élcio, que estaria com Lessa na ação que executou Marielle.
Temido pelos
próprios colegas, mesmo depois de aposentar a farda, e exímio atirador,
principalmente no manejo de fuzis, Lessa foi vítima de uma tocaia em 28
de abril, um mês depois da morte de Marielle. Há a suspeita de que
alguém tentou matá-lo como queima de arquivo. O sargento é o principal
alvo da primeira operação conjunta da Delegacia de Homicídios (DH) da
Capital e do Gaeco para prender os envolvidos na morte da vereadora. As
circunstâncias do crime ainda não foram apuradas, assim como ainda não
se sabe quem foi o mandante da execução.
Na manhã desta
terça-feira, os investigadores foram à casa de Lessa, no condomínio de
Vivendas da Barra, na Avenida Lúcio Costa, 3.100, por coincidência, o
mesmo do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). Não há, porém,
nenhuma ligação, a não ser o fato de serem vizinhos. O PM mora num
condomínio em frente ao mar, com seguranças na portaria. Boa parte das
casas tem piscina e quintal.
A principal
prova colhida pelos investigadores saiu da quebra do sigilo dos dados
digitais do PM. Ao verificar os arquivos acessados por Lessa pelo
celular, antes do crime, armazenados na “nuvem” (dados que ficam
guardados em servidor externo e podem ser vistos remotamente), eles
descobriram que o suspeito monitorava a agenda de eventos que Marielle
participava. Para a polícia, é um indício de que a vereadora estava
tendo seus passos rastreados. Marielle, segundo a investigação,
participou de pelo menos uma das agendas pesquisadas pelo suspeito.
O GLOBO
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