GREVE GERAL NÃO SURTIU O EFEITO DESEJADO
A greve geral contra a reforma da Previdência,
convocada pelas centrais sindicais, teve atos registrados em
praticamente todos os Estados. Mas, sem a adesão maciça dos
trabalhadores dos setores de transporte, os efeitos acabaram sendo
localizados. Em São Paulo, por exemplo, os ônibus e os trens metropolitanos funcionaram normalmente durante todo o dia. Apenas o metrô teve parte das operações paralisadas.
Na avaliação do cientista político Rafael Cortez, a greve é um
movimento relevante como termômetro do poder de mobilização da oposição,
mas não deve ter nenhum efeito prático em relação à votação da reforma
da Previdência. “A greve é relevante, mas não trouxe algo de diferente
do que já estava contabilizado tanto para a imagem do governo quanto
para o cálculo de custo/benefício que os legisladores fazem (ao votar contra ou a favor de algum projeto)”,
disse. Por isso, afirma Cortez, não deve significar algum impeditivo
para o prosseguimento da agenda econômica do governo, sobretudo para a
Previdência.
Para o cientista político e professor da USP Alcindo Gonçalves, a
greve geral foi “bastante parcial, localizada e, de certo ponto,
inoportuna”, por ocorrer no dia seguinte à apresentação do parecer do
relator da reforma da Previdência na Câmara, Samuel Moreira (PSDB-SP),
que contempla “uma série de desejos da oposição e das centrais
sindicais”. Para Gonçalves, é “discutível” a decisão de manter a greve
durante esse processo de negociação.
“Greves gerais precisam ser convocadas em situações muito
cuidadosas”, disse Gonçalves. “Da maneira como as paralisações de hoje (sexta-feira)
estão acontecendo, como se fosse um grande movimento sindical, a greve
passa a gerar antipatia e revolta das pessoas impedidas de trabalhar e
de se locomover.”
As centrais sindicais, porém, avaliaram que a greve geral foi um
sucesso. Para o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT),
Ricardo Pattah, o movimento demonstrou a união das centrais sindicais,
em um momento em que o País conta com milhões de desempregados e
desalentados. “Queríamos colocar as demandas nacionais, de busca de
geração de emprego e crescimento econômico.”
Já o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner
Freitas, será feita uma manifestação ainda maior “se o governo não
desistir dessa proposta injusta para a Previdência”.
ESTADÃO CONTEÚDO
DO BLOG: Em Natal os transporte público tirando
algumas horas do dia praticamente funcionou normalmente e de fato o
publico foi bem menor do que os organizadores achavam.
BLOG DO BG
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