REGINALDO LEME VAI DEIXAR A TV GLOBO
(Foto: Duda Bairros/Stock Car)
Reginaldo Leme não vai seguir nos comentários das corridas da Fórmula
1 na TV Globo. Desde 1978 na casa, o jornalista deixa a emissora antes
mesmo do fim da atual temporada, tendo feito a despedida da F1 no GP do
Brasil e, das transmissões, na etapa de Goiânia da Stock Car, realizada
no último final de semana.
Leme enviou um e-mail em tom de agradecimento e lamentação para a
redação de esportes da Globo nesta terça-feira (26) e revelou que sequer
vai participar da transmissão do GP de Abu Dhabi. A informação é do
site Yahoo Esportes, confirmada pelo GRANDE PRÊMIO.
O GP apurou que Reginaldo estava descontente com as mudanças de
caráter trabalhista que o Grupo Globo tem aplicado a seus funcionários. O
primeiro contrato do jornalista era com registro e carteira assinada
(CLT); depois, foi modificado para PJ, em que o profissional emite uma
nota fiscal para recebimento dos provimentos sem ter todos os
benefícios; de uns tempos para cá, a emissora resolveu retornar ao
regime CLT. Leme era um dos únicos que não havia aceitado a mudança.
Ao GP, Leme negou a informação e disse que ainda está em processo de
negociação com a Globo. Questionado sobre a mensagem que enviou à
redação, retrucou. “É mentira. Mandei esse e-mail para quem?”, tornou a
dizer. Quatro fontes, da emissora e familiares ao caso, confirmaram, no
entanto, a existência do correio eletrônico.
Reginaldo foi parceiro de Galvão Bueno por muitos anos e, mesmo na
ausência do narrador, seguia como titular das transmissões ao lado de
Luciano Burti e, na Stock Car, com Sergio Maurício e Felipe Giaffone.
A trajetória de Leme na cobertura de F1 começa ainda na década de
1970. Mais precisamente em 1972, quando cobriu um Grande Prêmio pela
primeira vez, trabalhando para o ‘Estado de São Paulo’. A passagem pela
TV Globo, por sua vez, começou seis anos depois, em 1978. Foi através da
emissora carioca que o jornalista se consolidou como grande referência
na cobertura de automobilismo no Brasil.
A chegada do narrador Galvão Bueno às transmissões de F1 da Globo, em
1981, formou uma dupla das mais icônicas. Os dois, lado a lado,
cobriram títulos de Nelson Piquet e Ayrton Senna, nos anos dourados do
Brasil no automobilismo mundial.
Os mais de 40 anos de envolvimento com a F1 colocaram Leme em uma
posição privilegiada. O jornalista já cobriu mais de 500 GPs, sendo
recentemente homenagem pela própria categoria. Reginaldo, entretanto,
teve o azar de não participar da cobertura do 1000º GP, o da China de
2019, por conta de problemas de saúde.
O ‘furo’ do ‘Singapuragate’, escândalo em que Nelsinho Piquet bateu
de propósito no GP de Singapura de 2008 para atender pedido da Renault,
pode ser considerado o ponto alto da carreira de Leme. O jornalista foi o
primeiro a divulgar que o brasileiro agiu de má fé, abrindo
investigações daquele que se consolidaria como um dos maiores escândalos
da história da F1.
Com a saída de Leme, a tendência é que a Globo coloque Felipe Giaffone ao lado de Luciano Burti para comentar o GP de Abu Dhabi.
Em nota, a Globo confirmou que o jornalista “não faz mais parte” de seu quadro de funcionários.
Grande Prêmio
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