COLUNA DO JORNALISTA TÚLIO LEMOS DO JORNAL DE HOJE

Em campanha eleitoral, o maior sintoma de que as coisas não vão bem, é quando o candidato se submete ao esgoto proposto pelo marketing. É o caso de Henrique Alves no presente momento. Sintoma de desespero explícito. Para quem queria uma campanha limpa, Henrique foi ao subterrâneo da baixaria ao usar o título de cidadão de Roger Abdelmassih, o monstro tarado que está preso.
TÍTULO
A assessoria do candidato Henrique Alves enviou aos veículos de comunicação, um texto, cujo título já sinaliza o objetivo: “Robinson deu título de cidadão norte-rio-grandense ao médico Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos por estupro”.
VOLTA
O tema já havia sido usado em blog de aluguel no primeiro turno, sem grande repercussão. Como as coisas não estão dentro do esperado pela campanha de Henrique, é o que se imagina a partir de uma atitude desesperada como essa, o título do estuprador voltou a campanha.
VINCULAÇÃO
O pior do texto oficial da campanha de Henrique, além do tema em si, é a tentativa suja de vincular Robinson ao estuprador, como se o título de cidadão concedido, ensejasse responsabilidade de quem propôs, a tudo que o homenageado vai fazer na vida a partir daí. Ao trazer esse tema para a campanha, Henrique deu total comprovação de que vale tudo para tentar ganhar a eleição e que não houve a ‘mudança’ que tanto apregoa ou o amadurecimento que diz ter conseguido. Revela justamente o contrário.
DESCONSTRUÇÃO
Disse aqui desde o início, inclusive quando os puxa sacos de Henrique na mídia ‘pregavam’ uma campanha limpa, sem ataques, que campanha tem que ter ataques, tem que desconstruir a imagem que o adversário tenta passar ao eleitorado. Porém, é preciso usar a verdade, sem deturpação. Aqueles que tanto criticavam os ataques, chamados de baixaria, hoje aplaudem a mais vergonhosa atitude de baixaria na presente campanha eleitoral.
EFEITO
Usar baixaria, especialmente quando a matéria prima é mentirosa, pode ter um efeito totalmente contrário ao que se espera do ataque. Atacar o adversário é fundamental e produz resultado. Tanto Henrique quanto Robinson estão fazendo isso. O que não pode é usar esgoto na campanha.
LEPRA
Campanha eleitoral termina sendo uma fábrica de moer caráter; ou apenas revelá-los. Quem diria que alguém que ganhou milhões de reais de Rosalba durante suas gestões administrativas, a trataria hoje como uma leprosa, indigna da menor aproximação política? A roda gigante da vida pode apresentar mudanças no futuro.
LULA CÁ
Quando o ex-presidente Lula apareceu no programa eleitoral de Robinson Faria no primeiro turno, PMDBistas desqualificaram o marido de Dona Marisa e disseram que não valia nada a presença dele porque o ex-presidente já havia apoiado as candidaturas de Fátima, Wilma e Iberê e todos perderam a eleição. Agora, o ministro Garibaldi Filho ameaça pedir demissão por causa do apoio de Lula ao pai de Fábio. O que é que tá havendo?
MACAU
O Ministério Público foi ao Alto Oeste em busca de fraude em licitações. Parece que a turma do MP ‘esqueceu’ o caminho do sal e do petróleo. Macau e Guamaré ficam bem mais perto; mas não despertam sequer curiosidade. O que é que tá havendo?
CONCORRÊNCIA
O avião da FAB voou quase 40 vezes no período da campanha eleitoral. Foram mais de 400 passageiros que o deputado Henrique Alves levou gratuitamente no avião oficial em apenas seis meses, para os mais diversos lugares do Brasil, conforme site oficial www.fab.gov.br. Essa quantidade de caronas equivale a três aviões da TAM lotados.
CANIBALISMO
A coluna aproveita o talento singular do jornalista Rubinho Lemos e usa notas de sua coluna esportiva “Passe Livre”, em tema atualíssimo: “O canibalismo digital no segundo turno das eleições é deplorável. As redes sociais desnudam a face pantanosa de quem se apresentava como formador de opinião. O Jet, dos ricos ou nem tanto, posudos e subservientes, desce ao nível do lamaçal junto à classe media. Outros – piores -, usam fakes, perfis falsos, versões virtuais dos purulentos dedo-duros da Ditadura Militar, que tantas vidas ajudaram a matar com subserviência colaboracionista”.
CLASSE SOCIAL
Mais uma nota de Rubinho: “O combate de baixo nível mostra que baixaria não tem classe social. É maldade placentária. Os patrulheiros políticos, então, merecem o lixo do esquecimento. O voto é uno, direito individual. Ninguém deve satisfação pela escolha que faz. Quem se mete é porque é idiota carimbado”.
VIDA
Rubinho Lemos conclui com um alerta necessário: “Eleições passam. A vida fica. Vejo em algumas pessoas o receio de não declarar o voto para governador temendo perseguição política. Ódio pessoal e picuinha. Não temo. Quem sofreu efeitos de um tempo em que pensar diferente gerava barbárie e tortura, enfrenta o que vier. E convive civilizadamente com o que não vier. Na cordialidade que aprendi em casa. Não foi à toa que escrevi sobre Salvatore Giuliano”.
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