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COLUNA DO JORNALISTA TÚLIO LEMOS DO JORNAL DE HOJE

Quando se pensava que a campanha de Henrique não iria mais apelar à baixaria ou se amparar em matéria-prima mentirosa para tentar reverter o quadro adverso, ele conseguiu ir mais fundo. Como falou bastante em poço, realmente parece ter chegado ao fundo do poço de maldades.
APARTAMENTOS
O programa eleitoral de Henrique usou uma suposta aquisição de 98 apartamentos, que teria sido feita por Robinson, que seria beneficiário do programa popular Minha Casa, Minha Vida. A guerrilha de esgoto da campanha conseguiu, em um só tema, concentrar farsa, mentira, baixaria e uso da boa fé de pessoas humildes.
MENTIRA
A questão dos apartamentos passou bem longe do que foi dito no programa de Henrique. Porém, mesmo que houvesse um sopro de verdade no que foi mencionado como escândalo, é absolutamente repugnante que uma coligação forte politicamente, representativa e com integrantes tão expressivos, precise utilizar instrumentos mentirosos e sujos para atingir seu adversário e conquistar o poder na base do vale tudo.
LEMBRANÇA
Nunca é demais relembrar que Henrique começou a campanha afirmando que havia mudado seu estilo; que o radical do passado não existia mais; que eleição não é guerra; que só fala mal dos outros quem não tem nada para falar de bem de si. Reforçou que sua campanha seria propositiva e não haveria baixaria. Alguns, acreditaram.
REALIDADE
Quando a vitória não foi obtida no primeiro turno, conforme o planejamento da campanha, Henrique voltou ao normal. Ou seja: a máscara do bom moço, que foi usada em parte do primeiro turno, desgastou-se e caiu, revelando bastidores do teatro funcional com objetivo claramente eleitoreiro.
PROMESSA
Aqui, não trata-se de defender ou acusar quem quer que seja. É apenas uma constatação da realidade atual, em comparação com o passado recente. Mas como acreditar em propostas de alguém para o futuro, se não consegue cumprir o que promete em passado recente?
NÍVEL
É com também não confundir uso de mentiras em campanha com a não utilização de ataques entre adversários. Henrique abordar incoerências, fragilidades ou eventuais falcatruas de Robinson, é perfeitamente aceitável e bom para a democracia. Desde que seja respeitado o básico: uso da verdade. Assim como Robinson pode e deve bater nos escândalos e fragilidades de Henrique. Também respeitando o eleitor ao usar somente a verdade.
DESESPERO
Nítido desespero da campanha de Henrique ao fazer uso de uma situação privada, alicerçada em fraude, para que haja respaldo da sociedade a algo que é explicitamente mentiroso. Caracteriza-se como total falta de respeito ao eleitorado, que é obrigado a engolir algo expelido pelo intestino de um marketing em desespero.
DESESPERO II
A cada dia que passa, o marketing baiano, importado por Henrique para ‘apimentar’ o segundo turno, escorrega na dose da desconstrução e conhece o efeito boomerangue de ataques inconsistentes. O programa mente na apresentação do candidato e no ataque.
APRESENTAÇÃO
Para mostrar um candidato ‘povo’, o marketing de Henrique já o colocou em situações inéditas em seus 44 anos de vida pública. Já tomou café com populares; já caminhou no meio do mato e conversou sem pressa com agricultores; já bateu papo com jovens; e ontem, Henrique tomou café com uma pessoa simples que mora em uma casa humilde. Tudo que ele nunca fez na vida. As imagens são incompatíveis com a história do candidato. Talvez por isso, o efeito não tenha sido o desejado.
SILÊNCIO
Henrique conta em seu palanque com seis ex-governadores, três senadores e uma infinidade de prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e lideranças de quase 20 partidos. Até o momento, silêncio absoluto de conivência com o uso de mentiras e fraudes na campanha eleitoral. O que é que tá havendo?
AFRONTA
Do jornalista e advogado Gustavo Negreiros, no Twitter: “A campanha no RN partiu para baixaria geral. O programa ontem do PMDB resolveu afrontar a inteligência popular. Será que ninguém no PMDB ouviu falar que existe permuta imobiliária, prática comum no mercado?!?!”.
CONSTRUÇÃO
Negreiros conclui: “Acho muito mais inteligente a construção de um pensamento do que a desconstrução de uma imagem concretizada apenas em argumentos mentirosos. Se as campanhas já estão usando de artifícios desonestos com o eleitor o que esperar depois da posse do governador eleito?!?!”
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