DEBATE EQUILIBRADO
Por IG
Dilma Rousseff, presidente e candidata à reeleição pelo PT, e Aécio Neves, presidenciável do PSDB, participaram na noite desta sexta-feira (24) do ultimo debate da campanha do segundo turno à Presidencial da República. Ambos os presidenciáveis estavam nervosos no confronto, que foi marcado por alternância de ataques e propostas dos dois lados.
Em segundo lugar nas pesquisas Ibope e Datafolha, o tucano assumiu uma postura mais agressiva logo início do confronto, citando matéria da revista Veja com denúncia de que Dilma e o ex-presidente Lula supostamente sabiam de casos de corrupção na Petrobras.
Dilma respondeu acusando a revista de golpismo ao propagar denúncias falsas. A petista disse ainda que vai processar a publicação. “A revista Veja não apresenta nenhuma prova do que faz. Ela tem o hábito de tentar dar um golpe eleitoral. Fez a mesma coisa em 2002, em 2006, em 2010 e agora faz em 2014. O povo não é bobo, candidato. E sabe que está sendo manipulado”, criticou Dilma.
Em contra-ataque ao adversário, Dilma citou a crise de água em São Paulo, governado pelo tucano Geraldo Alckmin. “O fato é que a água é responsabilidade do Estado, nós somos parceiros e demos o dinheiro para projetos. Não planejar no Estado mais rico do País é uma vergonha”, atacou a petista.
Nesta questão, Dilma foi irônica ao responder ao adversário, estratégia que usou em grande parte do debate. Ela citou até o colunista do José Simão, dizendo que com a falta de água em São Paulo vai ser necessário criar o programa Meu Banho Minha Vida.
O tucano responsabilizou o governo federal pela crise hídrica paulista, dizendo que Dilma não ajudou o Estado com investimentos. Aécio apontou o aparelhamento político das agências fiscalizadoras e dos órgãos federais.
Aécio também atacou financiamento do governo brasileiro a um porto em Cuba, que tem obras tocadas por empresas brasileiras.
”Talvez eu possa aqui relevar ao Brasil as razões pelas quais este empréstimo à Cuba é secreto. Recebi um documento hoje, que vou enviar à investigação. O financiamento à Cuba, diferente do que acontece com outros países em que o pagamento acontece em 12 anos, o pagamento acontecerá em até 25 anos”, acusou Aécio.
“Sempre que se financia uma empresa, as cláusulas de financiamento é a empresa brasileira ao BNDES, e não Cuba. O governo FHC fez o mesmo empréstimo. Eu queria também que o senhor tivesse tanto zelo pela liberdade de infomação nas suas empresas em Minas Gerais”. respondeu Dilma.
Pergunta dos indecisos
A presença de eleitores indecisos, que fizeram perguntas aos dois candidatos em dois blocos, tornou o debate mais propositivo e deu oportunidade para que os candidatos falassem de alta de aluguéis, violência, combate à corrupção e saneamento básico.
“Qual será a sua política para quem mora de aluguel, pois os preços estão muito difíceis?”, foi a primeira pergunta, direcionada a Dilma. A petista destacou o Minha Casa Minha Vida, programa habitacional que conta com subsídio do governo federal. Comentando a resposta da adversária, Aécio disse que a iniciativa tem problemas e não cumpre suas metas.
Respondendo sobre o peso que o aumento da população idosa vai ter nas contas da previdência, Aécio acenou com fim do fator previdenciário, pedágio que reduz o valor de quem se aposenta mais cedo, num eventual governo dele.
“Nós vamos rever o fator previdenciário, pois dará um alívio muito importante aos aposentados”, prometeu o tucano. Dilma aproveitou a deixa para dizer que o mecanismo foi criado no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso na Presidência.
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