COLUNA DO JORNALISTA TÚLIO LEMOS DO JORNAL DE HOJE

O anúncio de apoio a uma possível candidatura do deputado Fernando Mineiro à Prefeitura de Natal em 2016, feito pelo governador eleito Robinson Faria, não foi motivado apenas pelo calor da comemoração. Obedece a uma estratégia político-administrativa com foco em Brasília.

RESPALDO

Robinson sabe que o grande problema de Rosalba foi a falta de investimentos externos, o que acabou provocando uma crise continuada na gestão. Ainda em campanha, tanto Robinson quanto Henrique admitiram que o Estado não consegue cumprir seu papel sem o respaldo da União. O Governo Federal precisa ser parceiro da gestão estadual.

VISÃO

Justamente por conta dessa situação, Robinson evitou fazer ‘charminho’ ou criar dificuldades a respeito de seu apoio em relação à disputa de prefeito da capital. De bate pronto, anunciou que apóia a candidatura de Mineiro. Dessa forma, estreita ainda mais os vínculos com o PT e envolve o partido na busca pelo sucesso de sua gestão.

RECURSOS

Comprometido antes mesmo de assumir o Governo, com uma candidatura do PT ao maior colégio eleitoral do Estado, o governador eleito não deixa dúvidas a respeito da parceria com o partido da presidente Dilma. Espera, naturalmente, que a recíproca seja verdadeira; e que o Governo Federal seja generoso com o RN.

MUDANÇA

O deputado Henrique Alves disse que vai retomar sua vida após ficar sem mandato pela primeira vez em toda sua carreira política. Afirmou que vai cuidar das empresas de comunicação. Um gaiato, ainda embriagado pela vitória de Robinson, não se conteve: “Henrique vai trabalhar? Deve estranhar muito essa nova vida!”.

CANDIDATO

Por falar em Henrique, registre-se sua performance como candidato. Com seus quase 70 anos, o filho de Aluízio fez uma campanha incansável, com uma agenda quase sem parada; além de manter contatos e articulações com a classe política. O problema dele não está no presente, mas no passado.

PASSADO

O fato é que Henrique nunca foi um político de povo, com contato direto com o eleitorado, como o ministro Garibaldi Filho. Henrique sempre foi preso ao respaldo das lideranças políticas, o que provocou seu desgaste e sua fama de Copa do Mundo, pois só visitava os municípios a cada 4 anos. O desgaste transformou-se em rejeição, que cresceu a ponto de inviabilizar sua pretensão executiva.

PERSEVERANÇA

A maior qualidade de Robinson Faria em toda pré-campanha e durante o período eleitoral foi a perseverança. A desistência bateu à sua porta em vários momentos; levada por pessoas próximas ou distantes, que tentavam convencê-lo a não continuar o embate. Não deu ouvidos aos apelos de desistência e foi adiante. Venceu a perseverança, alimentada pela fé.

ARTICULAÇÃO

O deputado eleito Disson Lisboa, poderá assumir a secretaria de Articulação com os Municípios, hoje ocupada por Esdras Alves. É uma pasta com perfil político, que pode ser gerenciada por um ex-prefeito que conhece as dificuldades interioranas.

SUPLENTE

Caso Disson assuma a secretaria, o Major Fernandes, primeiro suplente da coligação, ganha a cadeira de deputado estadual.

DIPLOMAÇÃO

A Justiça Eleitoral definiu a data de diplomação dos eleitos no pleito de outubro: 18 de dezembro, às 17:00 h, no Centro de Convenções. O TRE também homologou o resultado da eleição, a partir da totalização dos votos.

PRESTÍGIO

O deputado estadual reeleito José Dias, será uma voz ouvida nas decisões do futuro governador. O marido de Diúda tem crédito junto a Robinson Faria e deverá ser bem prestigiado na gestão.