AGUARDADO PARA HOJE O PRONUNCIAMENTO DE DILMA

 A presidente Dilma Rousseff voltou do Palácio da Alvorada para o Planalto por volta das 15h40, para receber o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Raymundo Damasceno. 

A informação extraoficial é que ao final desta audiência ela deve gravar pronunciamento à nação.

Nomes ligados à base do governo Dilma e também à oposição defenderam, nesta sexta-feira, que a presidente se dirija aos cidadãos brasileiros em uma mensagem em cadeia nacional de rádio e TV. O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), divulgará uma nota na qual diz que “nunca se fez tão necessária” a convocação de uma cadeia nacional por Dilma.

“Falta uma palavra direta da presidente de compreensão com os protestos feitos pelos brasileiros”, afirma Aécio na nota.

O senador também criticou o presidente do PT, Rui Falcão, por ter convocado militantes do seu partido a irem com bandeiras participarem das manifestações:

“O PT cometeu uma irresponsabilidade colocando em risco a integridade física dos militantes”, afirmou Aécio. Ele ainda afirmou que quem quiser se apropriar dos protestos, “vai receber o troco, “como o PT recebeu anteontem”.

“Existe um sentimento reprimido. É preciso ter humildade para entender esse recado. A população que r uma agenda de transformações. Não vou colocar isso nas costas da presidente. É um recado para todos nós”.

O senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Senado, disse acreditar que Dilma irá falar à nação, ressalvando que não é uma informação que estava dando, mas sua impressão. Para ele, movimentos parecidos ocorrem em outros lugares do mundo, como Síria, Turquia, Europa, mas a motivação dos brasileiros é diferente. Para Braga, o Brasil está crescendo e as demandas são por melhorias ainda mais rápidas.

Ele diz que o movimento é importante, mas não deve ser nem superdimensionado, nem subdimensionado, porque se a mídia está correta, se foram 1 milhão às ruas, isso representa 1% da população. Ele disse ainda é preciso coibir a desordem, o banditismo e o vandalismo.

- O movimento é legítimo, gigantesco, provoca impacto, e é preciso ouvir com calma, ter humildade, sensibilidade para ouvir o que vem das ruas. Não há lideranças. Estamos fazendo coisas, o Brasil é um país em transformação e a pessoas querem mais, de imediato.A população sabe que não é fácil e o diálogo é fundamental - disse Braga.

O senador Jorge Vianna (PT-AC) diz que é preciso uma medida dura contra o vandalismo, que as áreas de segurança dos governos deem uma solução sem que seja algo contra as manifestações legítimas. Para ele, o Brasil avançou muito nos últimos 10 anos e há "o extravasamento da energia acumulada dos jovens", o que não é absurdo.

- Absurdo é o vandalismo - disse. - O governo, o Congresso, os governadores, prefeitos, todos têm que pensar um agenda que dê satisfação aos anseios.Os governos devem agir para a melhora na qualidade de vida. Muitos dos problemas que vivemos são fruto do sucesso do Brasil. O Congresso devemos fazer a reforma política, com certo radicalismo.Para recuperar a credibilidade perdida. Certamente a presidente irá falar hoje, mais para frente. Não pode ter exagero da polícia e nem recuo exagerado, a ação policial deve ser na dose certa – defendeu,

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota nesta sexta-feira sobre as manifestações em todo o país. A entidade declarou solidariedade e apoio às manifestações, mas condenou a violência. O presidente da entidade, Dom Raymundo Damasceno disse que espera que a Dilma fale em rede.

Fonte: Luíza Damé - O Globo/Extra

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