CONTINUIDADE DA COPA DAS CONFEDERAÇÕES CONTINUA AMEAÇADA

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, foi contundente. “Pedimos a segurança que nós precisamos para ver o torneio ir até o final”, afirmou, após se reunir em encontro de emergência com membros do Comitê Executivo da Fifa e da CBF, entre eles, o vice-presidente Marco Polo Del Nero. “O resumo da reunião é que é necessário reforço de segurança. O que nós queremos é que o governo dê segurança para as delegações”, disse Del Nero.

Segundo ele, a situação é preocupante. “Lógico que estamos preocupados e certamente o governo vai dar essa segurança”, disse, insistindo que a competição irá continuar. “A segurança já estamos dando. Só temos de aumentar o efetivo”, declarou.  O governo federal admitiu estar preocupado com a possibilidade de que os protestos que se alastram pelo País atinjam diretamente a realização da Copa das Confederações. O temor é real de que os ataques a prédios públicos e privados sejam direcionados à Fifa e às delegações das seleções. Dirigentes da entidade diariamente cobram ações. Em resposta ao inesperado cenário, a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge) vai aumentar em pelo menos 30% o efetivo policial .

As decisões com relação à segurança estão sofrendo ajustes diários e, por isso, o jogo de hoje é considerado “estratégico”. “A decisão de manter o torneio no Brasil é praticamente decidida a cada dia”, afirmou uma fonte. Se a partida se transformar em um caos, dentro ou fora do estádio e, se as delegações oficiais tiverem dificuldades, a Fifa teme que não terá como segurar as seleções no País, com jogadores milionários.

A Fifa está perplexa, pois jamais pensou enfrentar esse tipo de problema no Brasil e chegou a perguntar aos órgãos de segurança nacional o que está havendo no País.  Se essa segurança não for suficiente ou se um “incidente grave” ocorrer neste fim de semana, a Fifa está disposta a pensar na suspensão do torneio já neste domingo. “Estaremos todos em Salvador”, admitiu Valcke. O presidente do Comitê de Organização da Copa da Fifa, Jacques Anouma, admitiu: “a situação é crítica”. Questionado sobre o que ocorreria nos próximos dias, ele foi taxativo. “Não sabemos o que vai ocorrer”, reconheceu.

Caso a violência afete o jogo, os torcedores ou as delegações, a Fifa acionaria um plano alternativo, que consistiria em jogar as duas partidas das semifinais em outros países, provavelmente na Europa. O jogo teria uma preparação equivalente a de um amistoso Mas, na prática, a transferência decretaria o fim da relevância do torneio e da confiança no Brasil para as próximas competições Existe a possibilidade de outras sedes, fora da Europa. Na Ásia, o torneio poderia ser inclusive mais lucrativo.



Tribuna do Norte

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