É FAKE NEWS A INFORMAÇÃO DA DESCOBERTA DE FRAUDE NA MEGA-SENA DA VIRADA

Anita Grando Martins

Colaboração para o UOL

Neste começo de 2019 circulou pela internet a notícia de que a Polícia Federal (PF) teria descoberto uma fraude na Mega-Sena da Virada. A mensagem, compartilhada pelo WhatsApp, começa com a frase de efeito:
 
Esses canalhas, corruptos, destroem os sonhos das pessoas. Atenção! Se você faz apostas na loteria da Caixa, está sendo enganado

Em seguida, o funcionamento do suposto esquema é descrito. “Eles fraudavam o peso da bolinha, fazendo sempre dar os números que eles quisessem e botavam ‘laranjas’ para jogar em diferentes estados.” Muitas pessoas, incluindo auditores e funcionários ligados diretamente ao governo, estariam envolvidas. A PF teria identificado membros da quadrilha com R$ 4 bilhões em contas em paraísos fiscais. “O que menos tinha, tinha R$ 8 milhões.”

A mensagem pede, de diversas formas, que os internautas compartilhem o texto, como é comum em correntes. No fim, aparece a assinatura de um advogado, com telefones que seriam do escritório dele.

FALSO: PF não fez nenhuma operação relativa a fraude na Mega-Sena
 
A notícia é falsa. A Polícia Federal não desvendou nenhum esquema fraudulento na Mega-Sena. Os resultados das ações da PF podem ser conferidos na página da Agência de Notícias da Polícia Federal.

A Caixa também desmentiu a notícia, por meio da assessoria de imprensa. Em nota, o banco informou que a primeira vez que tomou conhecimento de boatos sobre fraudes na Mega foi em 2005. “De imediato, foram adotadas as seguintes providências: acionamento da Polícia Federal para identificação dos responsáveis; elaboração e envio de nota de esclarecimento para todos os endereços eletrônicos constantes das listas de distribuição das mensagens que internautas enviaram à Caixa; ações judiciais contra veículos de comunicação que repercutiram a matéria caluniosa emitindo infundados juízos de valor”, comunicou a Caixa.

O banco ainda detalhou os cuidados que toma para evitar crimes envolvendo loterias. Entre eles: repassar informações periodicamente ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que trabalha na prevenção da lavagem de dinheiro; utilizar sistemas transnacionais de segurança na captação e no processamento das apostas; ter as bolas dos sorteios, que são de borracha maciça, numeradas, coloridas, com mesmo peso e diâmetro, regularmente verificadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro); e permitir constantes auditorias pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria-Geral da União (CGU).

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